Por Débora Castro
@deborarteterapia
Frida Kahlo é mais do que uma
artista renomada; ela é um ícone de resiliência, autenticidade e protagonismo
feminino. Sua vida e obra trazem inspirações profundas, principalmente em
contextos terapêuticos, como a arteterapia, onde a expressão criativa é
catalisadora para a transformação pessoal e coletiva. Ao trabalhar em grupos de
mulheres, sua figura emerge como uma referência capaz de fomentar reflexões
importantes sobre identidade, força interior e enfrentamento de desafios.
No setting arteterapêutico, a
obra de Frida funciona como um espelho das vivências humanas, especialmente as
femininas. Frida expressava suas emoções de maneira crua e real, abordando
temas como dor, amor, identidade e corpo. Suas pinturas, frequentemente
autorretratos, traduzem a experiência de ser mulher em um mundo que, muitas
vezes, silencia ou marginaliza essa vivência. No contexto de grupos
arteterapêuticos de mulheres, a introdução de sua obra possibilita que as
participantes reflitam sobre suas próprias histórias e encontrem maneiras de
expressá-las, promovendo o fortalecimento da autoestima e do protagonismo
pessoal.
A jornada de Frida é uma
narrativa de superação. Ela enfrentou limitações físicas, relacionamentos
desafiadores e os padrões opressores de sua época, mas transformou sua dor em
arte e resistência. No espaço arteterapêutico, sua história inspira as mulheres
a reavaliarem suas próprias dificuldades. As participantes são encorajadas a
refletir: "Como posso transformar minha dor em força? Que aspectos da
minha identidade posso celebrar e ressignificar?". Essas questões criam um
ambiente propício para a descoberta de potenciais internos, alinhados ao
protagonismo feminino.
Durante as atividades em
grupo, elementos das obras de Frida, como o uso de cores vibrantes, símbolos
naturais e culturais, podem ser integrados ao processo criativo. Por exemplo,
ao criar autorretratos, as mulheres podem explorar sua própria história e identificar
elementos que desejam transformar ou destacar. Essa prática permite não apenas
a externalização das emoções, mas também a construção de narrativas mais
fortalecedoras e conscientes.
Alguns relatos e produções
plástica das participantes:
Participante – H
Meu protagonismo é
a vida
V - vigore
-se
I -
ilumine-se
D -
desperta-se
A - ame -se
Participante - D
Nossa vida é formada de laços
e ligações que nos equilibram e desequilibram e nós temos que ter o
protagonismo de nossa vida e nos reequilibrarmos. Nesse desenho vocês veem a
roda da vida em amarelo com 4 extremidades. O quadrado está meio disforme, mas à
medida que nossas emoções se equilibram (azul) devido a nossa energia interna (
laranja) os nossos laços são mantidos.
O trabalho em grupo
potencializa a troca de experiências e o senso de pertencimento. As mulheres
compartilham suas reflexões sobre a figura de Frida e encontram paralelos com
suas próprias trajetórias, reconhecendo que a força feminina é coletiva e que o
protagonismo pode ser nutrido através do apoio mútuo. Assim, o setting
terapêutico se torna um espaço não apenas de expressão individual, mas de união
e fortalecimento grupal.
Concluindo, Frida Kahlo
oferece uma lente poderosa para explorar o protagonismo feminino em contextos
terapêuticos. Sua história e arte mostram que, mesmo diante de adversidades, é
possível encontrar beleza, força e significado. No setting arteterapêutico, ela
atua como um símbolo de transformação, despertando nas mulheres a coragem de se
expressarem e de assumirem o controle de suas narrativas. Assim, o processo
criativo não só promove o autoconhecimento, mas também reafirma o poder da
mulher de ser protagonista de sua própria vida.
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