terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

ESCOLHAS: A TCC E A ARTETERAPIA COMO FACILITADORES

 


Por Juliana Mello - RJ
@vivendotccearte 

As escolhas desempenham um papel muito importante em nossas vidas. Estamos fazendo escolhas a todo o momento, desde a hora que acordamos até irmos dormir. Elas estão presentes nos detalhes mais simples do dia a dia, como, também, na definição do nosso futuro e a trajetória que iremos seguir.

Fazer escolhas não é uma tarefa fácil, pois envolve a responsabilidade e a liberdade em fazê-las. Sartre, filósofo e escritor, escreveu:

“A escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo”.¹

Se não é possível não fazer escolhas, como então podemos fazer escolhas mais conscientes?

Na Terapia Cognitivo-Comportamental, as escolhas têm um papel fundamental na reestruturação cognitiva. Através delas, podemos flexibilizar pensamentos e padrões de comportamentos disfuncionais, criando novos hábitos e alcançando os objetivos desejados e melhor qualidade de vida.

Ao iniciar o processo de autoconhecimento através da terapia já se inicia o processo da escolha, que podemos ressaltar aqui que não é fácil.

O psicólogo Cognitivo-Comportamental irá auxiliar o paciente/cliente a identificar pensamentos automáticos que podem surgir e influenciar a tomada de decisão. Ao tornar esses pensamentos mais conscientes é possível questioná-los e encontrar pensamentos mais alternativos e funcionais. Em um nível mais profundo, são identificadas crenças limitantes e, com isso, é também possível criar pensamentos mais realistas e úteis, ampliando as possibilidades de escolhas: “Posso pensar assim, mas posso pensar assim também, o que decido fazer (escolher)?”

Outro auxílio que a TCC promove é testar as diferentes alternativas para se alcançar uma escolha mais funcional, analisando os prós e os contras de cada situação, aumentando a sensação de autonomia e confiança. Desta forma, é possível visualizar os possíveis resultados, desenvolvendo a habilidade de resolução de problemas e os efeitos que se pode alcançar nas emoções e nos comportamentos. Desta forma, o paciente/cliente consegue reduzir comportamentos de fuga e evitação, bem como, a autossabotagem, enfrentando de forma gradual os desafios de cada escolha, diminuindo o desconforto emocional que possa estar enfrentando.

Em meu trabalho clínico, tenho pesquisado articulações entre a TCC e a Arteterapia. Os resultados são positivos e vêm mostrando como a integração dessas duas abordagens auxiliam, de forma criativa, a tomada de consciência e a atualização dos pensamentos, sentimentos e comportamentos, promovendo a flexibilidade cognitiva e a reestruturação cognitiva, aumentando o engajamento no processo terapêutico, adaptando as técnicas da TCC ao perfil do paciente/cliente, de maneira lúdica e interativa.  

Então, como a Arteterapia trabalha com a TCC para auxiliar em melhores escolhas?

Um dos estímulos que utilizei foi o poema da Cecília Meireles chamado “Ou isto ou aquilo” e em seguida pedi que o paciente/cliente escrevesse o nome do poema, da forma como desejasse e, posteriormente preenchesse os espaços e as linhas, de acordo com suas escolhas. Durante o processo de realização da atividade, cada um foi se percebendo em como lida com as suas escolhas, surgindo pensamentos, sentimentos e comportamentos, de forma lúdica, permitindo o espaço de diálogo pessoal e comigo, tornando consciente o processo de reestruturação cognitiva. 


Ou isto ou aquilo
Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

 Seguem os registros de pensamentos da experienciadora, compartilhados com sua autorização:


"
Poema: ou isto ou aquilo

Escrever o nome do poema e depois colorir, da forma que eu quiser

A dúvida já começou em qual letra usar. 

São tantas. Qual seria a letra perfeita para esse tipo de tarefa? 

Não fiquei refletindo muito e já comecei a escrever. Sabia que vinha uma tarefa grande pela frente. Não adiantava ficar gastando muito tempo com uma primeira indecisão. 

Letra escolhida, título do poema escrito.

Ou isto ou aquilo

Me lembrou um esquilo. Será que esquilo é símbolo da dúvida? Fiz um rabisco pra tentar desenhar um esquilo e parei na 2a linha. Sem chance. Não vou conseguir desenhar um esquilo. 

Desisto do esquilo, vamos mudar de rota. Fico olhando pro desenho e logo me vem a ideia de um quadro para o isto. 

Quero cores bem vivas, cores coloridas. 

Mas será que se eu colocar o isto em destaque num quadro, já vou ter escolhido em ele no lugar do aquilo? Calma que ainda falta colorir muita coisa. Mas pode ser que eu já tenha escolhido o isto sim. Quem nem no cardápio. Pega uma opção e já define como a escolhida. Para de sofrer com isso. 

Vou colorir os “Ou”. Quero continuar com bastante cor. Acho que o clima de carnaval está me inspirando. O aquilo virou uma bandeira colorida. Bem carnaval, bem gay. Será que estou com um sofrimento enrustido por não ter carnaval esse ano? Mas vou ter carnaval, só que diferente. 

Papel anida está muito branco. Preciso espalhar umas cores. Bolinhas, que nem no quarto da Olívia? Já sei: pontos de interrogação. Combinam bem como o nome do poema e com o momento: uma eterna indecisão. Mas que nem tudo precisa ser realmente decidido. 

Depois de muitos ? fico satisfeita. 

Desenho colorido, carnavalesco. 

Nem transmite o sofrimento que fico em ter que fazer escolhas e assumir decisões."

 

Bibliografia

¹SARTRE, Jean-Paul. Disponível em https://www.pensador.com/frase/MTIyMzA3MA/#:~:text=A%20escolha%20%C3%A9%20poss%C3%ADvel%2C%20em%20certo%20sentido%2C%20por%C3%A9m%20o%20que,Existencionalismo%20%C3%A9%20um%20Humanismo%2C%201946. Acesso em: 18/01/2025. 

MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Disponível em: https://www.pensador.com/cecilia_meireles-ou_isto_ou_aquilo/

Textos anteriores da autora: 

  • “Terapia Cognitivo-Comportamental e Arteterapia: Ressignificando os sabotadores através dos mandalas” 26/11/2018
  • “Reestruturação Cognitiva e os materiais em Arteterapia” 13 /05/19
  • “A escuta clínica do Masculino e a Arteterapia” 1/07/19
  • “Níveis Cognitivos e a Caixa do Eu” “ 16/09/2019
  • “Distorções Cognitivas e a Arteterapia” 20/04/20
  • “Regulação emocional em Arteterapia: elemento água” 9/08/20
  • “Escrever x Digitar: Por que o cérebro tem respostas mais eficazes no papel?” 1/05/2021
  • “O mito de Sísifo, padrões de repetição Cognitivo-Comportamental e a materialização em Arteterapia” 30/05/22
  • “Distorção Cognitiva Tudo ou Nada: identificando através da TCC e flexibilizando com a Arteterapia” 27/06/2022
  • “Mitos e autoconhecimento: Arteterapia e TCC” 27/03/2023
  • “Autorresponsabilidade e a jornada do autoconhecimento: TCC e Arteterapia” 25/03/

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Sobre a autora: Juliana Mello



Psicóloga, Arteterapeuta e Coach

Atendimento clínico  individual e grupo om criança, adolescente, adulto e idoso.
Abordagem em Terapia Cognitivo- Comportamental e Arteterapia

Palestras e Workshop motivacionais.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

METÁFORAS DO CAMALEÃO NA ARTETERAPIA: INSPIRADA NAS OBRAS DO GRAFITEIRO RODRIGO RIZZO

Por Débora de Castro

@deborarteterapia

No setting arte terapêutico, a metáfora do camaleão pode ser uma ferramenta poderosa  para trabalhar aspectos de adaptabilidade, transformação e resiliência. O camaleão, com sua habilidade de mudar de cor para se adaptar ao ambiente, simboliza a capacidade intrínseca de cada indivíduo de se ajustar e evoluir diante das circunstâncias e desafios da vida.

Ao utilizar a metáfora do camaleão em sessões de arteterapia, é possível explorar a flexibilidade cognitiva e emocional dos pacientes. Esse animal peculiar nos ensina que a mudança é não apenas possível, mas muitas vezes necessária para nossa sobrevivência e crescimento. A arte, nesse contexto, se torna um meio para os indivíduos visualizarem e expressarem suas próprias transformações internas.

 

E nesse contexto metafórico do camaleão, apresento o  artista Rodrigo Rizo, conhecido por suas impressionantes pinturas de camaleões. Rodrigo Rizzo, conhecido como Rizo, é um artista plástico brasileiro radicado em Florianópolis, famoso por suas obras de Graffiti e muralismo. Seus camaleões coloridos são uma presença constante nas ruas de Florianópolis, simbolizando adaptação e transformação.  As representações vibrantes e dinâmicas de camaleões de rizo não são apenas uma celebração da beleza da natureza, mas também um reflexo poderoso dos processos de mudança e adaptação que todos enfrentamos em nossas vidas.

Na arteterapia, o camaleão pode simbolizar a capacidade de adaptação e transformação. Assim como o camaleão muda de cor para se adaptar ao ambiente, nós também passamos por diversas mudanças internas e externas ao longo de nossas jornadas. Essa metáfora pode ser explorada de maneira terapêutica, ajudando os participantes a refletirem sobre seus próprios processos de adaptação e as diferentes "cores" que assumem em resposta às circunstâncias da vida.

O camaleão, em sua essência, é um símbolo de resiliência e flexibilidade. Na arteterapia, trabalhar com essa imagem pode ajudar os participantes a reconhecerem e celebrarem sua própria capacidade de enfrentar mudanças e desafios com graça e coragem. Através da criação de suas próprias representações artísticas inspiradas nas pinturas de Rizzo, os indivíduos podem encontrar um sentido de empoderamento e renovação, conectando-se com sua habilidade inata de se adaptar e prosperar.

Durante uma sessão de arteterapia com um grupo de mulheres que atendo na modalidade continuada, propus uma reflexão sobre a metáfora dos camaleões, inspirada nas obras vibrantes do artista urbano Rodrigo Rizzo. A ideia central dessa reflexão era explorar as adaptações e transformações que enfrentamos ao longo da vida, tal como os camaleões que mudam de cor para se camuflar em diferentes ambientes.

Iniciamos a sessão observando algumas obras de Rizzo, que com suas cores intensas e formas fluidas, captura a essência da adaptação e da resiliência. As participantes foram convidadas a refletir sobre momentos em que precisaram se adaptar a novas situações, seja em contextos familiares, profissionais ou pessoais. Compartilharam histórias de desafios e superações, revelando a coragem e a força que cada uma possui.

A metáfora do camaleão serviu como um poderoso símbolo de transformação. Cada participante foi incentivada a criar sua própria obra de arte, utilizando cores e formas que representassem suas experiências e emoções. Através da arte, expressaram as mudanças que vivenciaram, as dificuldades enfrentadas e as vitórias alcançadas. Foi um momento de introspecção e conexão profunda, onde cada pincelada e escolha de cor carregava um significado especial.

Alguns trabalhos plásticos produzidos ao longo da sessão e escrita criativa:


Participante – D O camaleão transforma- ação

 Eu mudo de cor e de humor de acordo com o meu emocional. Amor e sabedoria vêm junto na parte iluminada e na parte traseira, vem enrolando o medo, sofrer e solidão que tocam o chão alimentando as raízes da árvore que dá apoio ao camaleão. A Rosa dos relacionamentos está despetalando. Por outro lado, a determinação do olhar, atenção e esperança de seguir em frente rumo a luz do sol que é rosa de paixão, com sabedoria e amor.



Participante H

Hoje me vejo camuflada no muro da vida. Fico ali inércia vendo tudo e observando todos. No meio da turbulência do meu dia a dia, tudo que eu quero é me esconder. Me escondo como uma forma de proteção. Protejo meu EU. Na vida costumo ser a pessoa que faz tudo para os outros e agora me reservo e me guardo. Me camuflando no muro da vida para me nutrir e me fortalecer. Às vezes é preciso se esconder para depois aparecer mais forte e confiante. Saio da sessão com o sentimento de choque, pois eu não sabia o quanto eu estava precisando me camuflar.

Ao final da sessão,  cada participante teve a oportunidade de compartilhar seu processo criativo e as emoções envolvidas. A escuta afetiva do grupo foi muito acolhedora, pois a experiência coletiva fortaleceu os laços entre elas e reforçou a importância da empatia e do apoio mútuo. A arte se tornou uma ponte para o autoconhecimento e a compreensão do outro, revelando a beleza que emerge das nossas transformações internas.

Inspiradas por Rodrigo Rizzo e pela metáfora dos camaleões, essas mulheres encontraram na arteterapia um espaço seguro para explorar suas identidades e celebrar suas jornadas. Cada uma, à sua maneira, redescobriu a capacidade de se adaptar, florescer e brilhar em qualquer circunstância. Afinal, assim como os camaleões, todas possuímos uma paleta de cores internas que refletem nossa resiliência e nossa capacidade de transformação

O camaleão nos inspira a abraçar a mudança, a adaptar-nos com resiliência e a buscar a autenticidade em nossa jornada de autoconhecimento. Ao internalizarmos essas lições, encontramos um caminho de crescimento contínuo e de conexão mais profunda com nós mesmos.

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Sobre a autora: Débora Castro



Sou Débora de Castro, graduada em Pedagogia, Educação Artística, com pós-graduação em Psicopedagogia e Pós-Graduação em Educação Especial e Inclusiva. Com formação em Arteterapia, AARJ/1411. Atuo na área de Educação há mais de 28 anos, como professora de Artes Visuais e História da Arte. Atualmente coordeno um grupo de Arteterapia para Mulheres e ministro oficinas Arte terapêuticas no online e presencial.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

PARA 2025, ARTETERAPEUTAS POLIGLOTAS E POLIFÔNICOS

 


Por Eliana Moraes – MG

@naopalavra

naopalavra@gmaill.com

 

Adentramos 2025 com muitas expectativas pessoais e profissionais! Tempo de colher sementes plantadas há tempos, bem como, tempo de plantar novas sementes a germinarem no seu tempo.

A minha volta, percebo um movimento de retorno ao investimento de energia psíquica às práticas da Arteterapia, em especial para o público aberto: pessoas e organizações que ainda não conhecem a Arteterapia e que buscam ser bem apresentadas à práticas que farão uma grande diferença em suas vidas.  

Levar a Arteterapia para públicos diversos, em suas variadas modalidades, em diferentes espaços, com práticas tão plurais. Temos um vasto campo a ser conquistado, com a colaboração de cada arteterapeuta atuante em sua zona de influência.

Entretanto, para o bom desempenho dessa função, é estrutural que o arteterapeuta se alimente, se instrumentalize e busque lapidar na formação continuada os aspectos que lhe faltam, como desenvolvimento profissional. É importante reconhecer que a Arteterapia é um saber e prática muito rico em possibilidades, aplicações e diálogos, sendo necessário que o arteterapeuta desenvolva a habilidade de se apresentar em cada linguagem pertinente àquele trabalho.

Lembro aqui as palavras de Beatriz Cardella, nossa grande mestra nos estudos continuados do Não Palavra. Aqui ela se refere ao terapeuta de forma geral, como alguém que fala várias línguas:

Um bom terapeuta é sempre um poliglota, aberto ao diálogo com a diferença e disponível para aprender o idioma pessoal do outro. (CARDELLA, 2023, 58)

Além de poliglotas somos polifônicos, e muitas são as vozes que nos constituem. (CARDELLA, 2023, 59)

Trazendo as palavras de Beatriz para nosso campo de atuação específico, reconheço o arteterapeuta como um terapeuta que especificamente carrega em si uma habilidade ampliada para a “poli” (muitas) “fonia” (relativo ao som, voz). Ou seja, muitas são as vozes que nos constituem, bem como, muitas são os idiomas que podemos transitar, na palavra e na “não palavra”.

Para tanto, é necessário uma abertura para o desenvolvimento progressivo de um repertório amplo de recursos e o (re)conhecimento das diversas vozes que podem nos orientar e inspirar.

Hoje abrimos os trabalhos do blog Não Palavra que, nesse mês completa 12 anos de atividade e contribuições à Arteterapia e aos arteterapeutas. Somos um grupo poliglota e polifônico. Nosso espaço é mantido por diversos arteterapeutas que colaboram para a produção de textos sobre a Arteterapia e saber correlacionados, cada um colaborando com suas referências e bagagens pessoais.

Acreditamos que esse diálogo plural colabora para que os arteterapeutas se tornem cada vez mais capazes de se comunicarem com a linguagem pertinente à cada cenário de atuação.

Assim, convidamos aos leitores e amigos do blog que continuem acompanhando nossa publicação de textos semanais, bem como, que se encoraje a escrever e compartilhar seus estudos e práticas com a nossa rede. Esse espaço é nosso!

Que em 2025 possamos ser mais abertos ao idioma pessoal daqueles que necessitam da arte e da Arteterapia em seus desafios cotidianos!

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Sobre a autora: Eliana Moraes



Arteterapeuta e Psicóloga

Fundadora do blog Não Palavra e coordenadora do projeto "Não Palavra Arteterapia".

Escreve e ministra cursos livres, palestras e supervisões sobre as teorias e práticas da Arteterapia.

Autora dos livros "Pensando a Arteterapia" Volumes 1, 2 e 3

Organizadora do livro "Escritos em Arteterapia - Coletivo Não Palavra"

Espaço presencial: Ateliê Não Palavra em Belo Horizonte. Atendimentos clínicos individuais e grupais em Arteterapia online e presencial.

Pós graduada em História da Arte, Gerontologia e saúde do idoso,

Logoterapia e Desenvolvimento Humano.

Cursando especialização em arte-educação.