segunda-feira, 27 de maio de 2024

“O QUE É AUTOESTIMA PARA VOCÊ?” A Autoestima no setting de Arteterapia - Parte 2

 

Por Milena Medeiros - Volta Redonda - RJ

milolmedeiros@gmail.com

A Arteterapia possibilita que a ação criativa em um mesmo tema seja continuada, por meio do conceito da amplificação de uma produção plástica, como forma de expansão à compreensão dos símbolos já criados em uma imagem matriz. Enquanto a tensão psíquica do paciente/cliente permitir, a estratégia de amplificação aplicada, continua a trazer notícias do inconsciente: seja por insights, sensações, emoções e também por sentimentos; sendo a produção de novos símbolos (figurativos ou abstratos), um caminho de integração a consciência, sobre o tema pontual trabalhado no setting de Arteterapia.

Na casuística apresentada no texto 1  (CLIQUE AQUI), a amplificação aconteceu ainda pela linguagem plástica da colagem, sendo elaborada, inclusive, pelo mesmo material e técnica (revista) utilizado na imagem matriz:

 


 1.Imagem Matriz


 2. Amplificação Simbólica sobre a matriz

A AUTOESTIMA E A COLAGEM – Continuidade de estudo de caso:  AMPLIFICAÇÃO PELA IMAGEM MATRIZ

 

Passo 6: Receber de forma ampla as percepções do paciente/cliente pós sessão com o tema AUTOESTIMA.

Passo 7:  Se tensão psíquica apropriada por parte do paciente/cliente, propor a continuidade do processo, pela amplificação simbólica, utilizando de base a imagem matriz.

Passo 8: A materialidade expressiva inicia-se de forma livre, no que diz respeito a estrutura da imagem: se por letras, palavras ou imagens.

Passo 9: Solicitar ao paciente/cliente que contemple a imagem e guarde as impressões.

Passo 10:  Realizar a análise corporal através da expressão colagem relacionada a(s) forma(s) produzida(s)

Passo 11: Acolher a demanda da fala sobre as etapas, sensações, emoções e sentimentos produzidos a partir de todo o contexto.

 



Conceito Couraças de Wilhelm Reich que deu origem as psicoterapias corporais, como a Análise Bioenergética 


A imagem 2 (Amplificação Simbólica) configurou-se ainda pela analise corporal sobre as 4 couraças (ocular, oral, cervical e torácica) porém trouxe notícias sobre a couraça pélvica como continuidade de símbolos que fizeram referência ao estado emocional e físico do paciente/cliente em sua rotina de vida (detalhes no texto 1). A Imagem “cérebro” fracionado em sete e posicionados de forma a “cair por terra” faz menção a falta de força a partir da lombar e quadris deslocando-se para os membros inferiores (regiões essas que apresentam fraqueza e dores sem causa física comprovada, segundo relado paciente/cliente) seguido de “lágrimas”, que foram formadas a partir de corte aleatório com papel a tesoura.  Considerando a análise indicativa da ansiedade sentida (texto 1) a amplificação demonstra a sensação de ineficiência das funções executivas (habilidades cognitivas necessárias para controlar nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações), o centro de tensão, preocupação, ansiedade e, por fim, insegurança:  essa, o motivo da BAIXA AUTOESTIMA sentida pelo paciente/cliente. A partir desses dados colhidos no setting percebeu-se um deslocamento do discurso sobre os caminhos que o paciente/cliente percorria: “entendi de onde vem a minha ansiedade, agora! A BAIXA AUTOESTIMA é sua geradora! Sinto-me pressionada e logo insegura. Muito amedrontada e as vezes desesperada por não conseguir estabelecer interação com a tarefa pelas minhas funções, na vida profissional”.

 


 

 Esquema 2. Autoria Milena Medeiros 

Valor, o respeito próprio é a convicção de nosso próprio valor. Não é a ilusão de que somos “perfeitos” ou superiores a todos os outros. Não é comparativo ou competitivo em tudo. É a convicção de que nossa vida e bem-estar valem a pena, sendo necessário agir para apoiar, proteger e nutrir; que somos bons e
valiosos e merecedores do respeito dos outros; e que nossa felicidade
e realização pessoal são importantes o suficiente para se trabalhar. ((BRENDEN, 2002, p. 71).
 

A partir de uma nova demanda que o processo implica sobre os novos conteúdos trazidos por parte do paciente/cliente proponho a segmentação ainda pela abordagem da AUTOESTIMA. Trabalhando em todo o decorrer do processo pelos relevantes   conceitos de Brandem.  O psicoterapeuta, em seu trabalho sobre o tema defende que a BAIXA AUTOESTIMA está fortemente relacionada com irracionalidade, rigidez de pensamento, falta de abertura às experiencias, conformismo, submissão e medo ou sentimentos de hostilização aos outros.  Potencializando, assim a falta de autenticidade. Ou seja, uma pessoa com baixa AUTOESTIMA está mais suscetível a se esquecer de quem realmente é, desenvolvendo relacionamentos insatisfatórios, dificuldades de comunicação e sentimentos de inferioridade. Brandem, também propõe que o desenvolvimento de algumas atitudes trabalha a favor da AUTOESTIMA, o que ele chamou de “Os seis Pilares da Autoestima”:

1. CONSCIÊNCIA: a importância de se ter a consciência daquilo que está implícito aos nossos comportamentos (um passo trabalhado no Setting de ARTETERAPIA explicitado pelo esquema 2)

2. ACEITAÇÃO: valor, respeito e permissão interna para SERMOS;

3: RESPONSABILIDADE: pela concretização de nossos desejos e necessidades através das escolhas em todos os pilares da vida;

4. AUTOAFIRMAÇÃO: disposição em dignificar os desejos e as necessidades para que sejamos participantes ativos de nossas próprias vidas e não somente expectadores;

5. INTENCIONALIDADE: a atenção para estabelecermos objetivos realistas e produtivos, tendo a autodisciplina como virtude de sobrevivência e

6. INTEGRIDADE PESSOAL: a congruência de nossos atos, valores, compromissos e prioridades. Sermos honestos conosco mesmos, admitindo e reparando   nossas falhas, erros e danos causados.

O trabalho com os conceitos de Nathaniel Brandem, inclusive os seis Pilares da AUTOESTIMA está sendo desenvolvido no setting associado à diversidade de ações criativas pela ARTETERAPIA e delineadas como recursos para vivificar a racionalidade, a flexibilidade, a capacidade de adaptação à mudança e também a disponibilidade para reconhecer e corrigir os próprios erros, assim como a benevolência e a cooperação, características essas da autoestima. Sendo ela fundamental para a saúde mental e a base para a integração de nossa autenticidade, para a integração familiar, relacional e profissional.

  

 

REFERÊNCIAS

 

BRENDEN, N. Autoestima e os seus seis pilares. Tradução de Vera Caputo. 7ed. São Paulo: Saraiva, 2002 

 

Sobre a autora: Milena Medeiros


 

Arteterapeuta AARJ1122

Coordenadora do Projeto de Atendimento Social Não Palavra Arte terapia e demais projetos

Cursando Bioenergética, uma abordagem de Alexandre Lowen – Corpo Terapeuta

Pós Graduada em Arteterapia pela Clínica Pomar RJ

Ilustradora de Livros Infantis

Com mais de 15 anos de experiência em Gestão de Pessoas e Negócios no mercado Corporativo, hoje atua com a Arteterapia nas empresas.

Practicioner em PNL Programação Neuro Linguística pelo Instituto Espaço Ser/SC;

Certificada pela UNAT-Brasil - 101 Introdutório Oficial de Análise Transacional. Abordagem psicológica de Erick Berne que trata de maneira prática e compreensível os aspectos mais importantes da personalidade e das relações entre as pessoas;

Certificada em Visão Sistêmica Organizacional - Systemic Team Awareness - Mundo VUCA (Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade); Metaforum Internacional SP

Certificada - Visão Sistêmica com base Psicoterapêutica de Bert Hellinger;

Graduada em Gestão de PMES - Universidade Metodista de SP.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário