Por Débora de Castro - RJ
@deborarteterapia
Na
arteterapia, a metáfora do "tecer" assume um papel poderoso e
transformador, especialmente quando inspirada pelas vibrantes e inovadoras
obras da artista Victoria Villasana. Conhecida por suas intervenções urbanas e
retratos bordados, Villasana usa fios e cores para dar novas camadas de
significado às imagens, criando um diálogo entre o tradicional e o
contemporâneo, o pessoal e o coletivo.
O tecer
histórias é um processo profundo de autodescoberta , onde cada fio e cada ponto
carregam memórias e emoções que nos ajudam a compreender melhor a nossa jornada.
A artista Victoria Villasana, com suas intervenções têxteis em fotografias, nos
inspira a explorar essa arte de maneira significativa e transformadora.
Na
arteterapia, podemos nos inspirar nas obras de Villasana para explorar nossas
próprias histórias. Ao utilizar técnicas de bordado, costura e intervenção
têxtil, temos a oportunidade de dar vida às nossas memórias e emoções de
maneira tangível. Cada linha bordada é um gesto de cuidado, uma tentativa de
conectar os fragmentos do nosso ser e encontrar sentido em nossa trajetória.
A prática de
tecer histórias promove a introspecção e a conexão com a nossa essência. À
medida que trabalhamos com agulhas e linhas, somos convidados a refletir sobre
nossas vivências, ressignificar experiências ao longo da nossa jornada. O
processo de bordar se torna uma meditação ativa, onde cada ponto e cada cor
escolhida são um reflexo do nosso estado interior.
Durante uma
sessão de arteterapia com um grupo de mulheres que atendo na modalidade
continuada, trouxe como fonte inspiração
criativa o trabalho da artista
Villasana, as participantes são convidadas a escolher imagens pessoais
que ressoem com suas jornadas. Podem ser fotografias de infância, retratos de
família ou autorretratos, que serão enriquecidos com bordados, adicionando
camadas de significado e emoção. Ao inserir fios coloridos e texturas, as participantes
tecem suas histórias de forma literal e figurativa, transformando memórias em
arte tangível. A técnica utilizada nesse processo criativo foi a fotografia e
colagem de fios e objetos pessoais.
Registro
de uma participante do grupo.
Participante . D
A imagem
escolhida para minha sessão de arteterapia foi uma fotografia da paisagem que eu vejo a
partir da minha janela “MEU RIO DE JANEIRO”, repleto de memórias da
minha infância que transborda muitas emoções e um saudosismo de um lugar que
ainda faz parte do meu cotidiano. Sou uma pessoa privilegiada , pois, vejo essa
vista todos os dias e me sinto perto de Deus. Eu adorei fazer essa plástica, me
despertou parte da minha história que não pode ser esquecida. Adorei tecer na
fotografia, foi uma costura leve, e cada objeto colado me trouxe um sentimento
de afeto e amor pela minha história de vida.
Através da
arteterapia, encontramos um espaço seguro para compartilhar nossas histórias,
fortalecer nossa autoestima e construir um senso de pertencimento e identidade.
Concluo meu texto com a
seguinte reflexão:
Tecer e
costurar nossa história de vida é, sem dúvida, um ato de amor. Cada ponto e
cada linha são gestos de carinho e autocompaixão, que unem memórias,
experiências e emoções em uma tapeçaria única e significativa. É através desse
processo cuidadoso e intencional que encontramos nossa essência e construímos
uma narrativa de aceitação e crescimento.
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Sobre a autora: Débora Castro
Sou Débora de Castro, graduada em Pedagogia, Educação Artística, com pós-graduação em Psicopedagogia e Pós-Graduação em Educação Especial e Inclusiva. Com formação em Arteterapia, AARJ/1411. Atuo na área de Educação há mais de 28 anos, como professora de Artes Visuais e História da Arte. Atualmente coordeno um grupo de Arteterapia para Mulheres e ministro oficinas Arte terapêuticas no online e presencial.
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