“Qualquer
pessoa que pratique um esporte, um instrumento ou qualquer forma de arte tem
que se exercitar, experimentar, treinar. Só se aprende fazendo.” Nachmanovitch
Para a prática da Arteterapira,
o fazer, o processo criativo, dar formas, referem-se à organização, ao
conhecimento, criando possibilidades de compreensão e consequentemente, de
transformações.
Segundo Angela Philippini, a
Arteterapia tem seu trajeto marcado por símbolos particulares que assinalam,
informam e definem sobre os estágios da jornada de individuação de cada um. E
diz ainda que a Arteterapia fala de um caminho feito de cores e de formas,
repleto de significado. (PHILIPPINI, 2013)
A partir deste processo de
criar, com a forma surge a possibilidade de informar, esclarecer, explicar algo, trazendo informações
e conhecimento para a consciência. Conteúdos inconscientes irão aparecer a
medida que o indivíduo se expressa produzindo formas, construindo uma nova
visão, com novas descobertas, ampliando o conhecimento de sua personalidade, do
seu eu interior. Sendo condição fundamental que o indivíduo se permita
exercitar, experimentar e expressar-se de forma autônoma e livre.
O processo arteterapêutico se
faz como uma jornada ou um caminho criativo que tem o objetivo de dar formas e
materialidade ao que ainda é desconhecido, o que ainda não apareceu, mas
precisa ser descoberto (revelar o que está coberto) e liberado. Ganhando forma
e concretude, pode aparecer através de símbolos, que vão informar, explicar,
estruturar, transformar, transcender e superar. Esse processo precisa ser acompanhado
por um profissional da Arteterapia, que irá estimular e acompanhar os passos, as
escolhas e atitudes do indivíduo, indicando e disponibilizando materiais
plásticos adequados, facilitando assim sua caminhada com produções expressivas
e ampliando sua comunicação.
Através de cada processo
criativo, do fazer, do criar, do exercício e da experimentação de materiais
plásticos diversos, de acordo com as linguagens expressivas e estímulo adequados,
a Arteterapia pode facilitar a descoberta de conteúdos internos esquecidos,
escondidos ou ignorados, que poderão, trazidos para consciência, melhorar o
jeito do indivíduo ser e estar no mundo. Trazendo novas possibilidades e
maneiras mais leves de se relacionar.
Cada material plástico tem sua
especificidade, sua singularidade, bem como suas propriedades e benefícios
terapêuticos que deve ser experimentado, para se conhecer seus efeitos em cada
indivíduo com seu processo, facilitando, descobrindo e desenvolvendo algumas
habilidades, capacidades e talentos desconhecidos.
É função do arteterapeuta
estimular e facilitar o indivíduo e seu processo de criar, para surgimento de
questões e conteúdos significativos, olhando para si e trabalhando com a
expressão criativa, com o fazer, o criar a partir das suas mãos. E assim, ativando este processo de criar e se
expressar, este indivíduo poderá se organizar e se conectar com o mundo interno
e externo, transformando relações mais saudáveis tanto consigo mesmo, como com
o mundo à sua volta.
Com essa atitude de se olhar,
de conseguir expressar e comunicar o que é importante através do seu fazer, com
suas mãos, com a materialidade e a liberdade, caminha-se para a autonomia criativa
e expressiva, para o encontro com seu ser criativo, descobrindo o seu próprio
jeito de criar, seu estilo, o seu
processo criativo.
A Arte e as imagens produzidas
em um contexto arteterapêutico permitem uma importante relação entre o
consciente e o inconsciente, entre a sombra e a luz, sobre o indivíduo e seu
processo de criar e a sua relação com mundo externo.
Para Fayga Ostrower toda forma
é forma de comunicação e de realização, correspondendo também a aspectos
expressivos de desenvolvimento interior. (OSTROWER, 2016)
Referências bibliográficas:
Para Entender Arteterapia –
Cartografias da Coragem – 5ª edição
Angela Philippini – WAK
Editora – 2013
Criatividade e Processos de
Criação – 30 edição – Fayga Ostrower – Editora Vozes – 2016
O Caminho do Imaginário – 1
edição – Alexandra Duchastel – Paulus – 2010
Ser Criativo - O poder da
improvisação na vida e na arte – Stephen Nachmanovitch – 5 edição – Summus
editorial
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Sobre a autora: Vera de Freitas
Advogada, Fomação e Pós Graduação em Arteterapia e Envelhecimento Ativo, Subjetividade e Arte(POMAR).
Administradora do Instituto VENHA CONOSCO - Tijuca, RJ
Professora de Iniciação Artística - Instituto ZECA PAGODINHO
Professora de Ateliê Terapêutico/Curso de Formação - POMAR
Diretora Administrativa da AARJ
Facilitadora de Grupo de Arteterapia para adultos e Grupo de Desenho Livre.
Ateliê de PAPEL MACHÊ e Diário Criativo.
Querida Vera! Muito bom te encontrar por aqui. Adorei sua escrita, clara e precisa, abrindo para o leitor o universo de criações possíveis pelo viés da Arteterapia! Parabéns... belíssima sua jornada. Continuemos nessa trilha beijos coloridos
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