Dando continuidade ao nosso desejo de pensar a Arteterapia em seus possíveis embasamentos teóricos, o Blog "Não Palavra" recebe hoje uma pessoa muito especial: Juliana Ohy. Psicóloga e Arteterapeuta, especialista em Psicopedagogia e Psicogeriatria no Rio de Janeiro, hoje nos conta sobre suas paixões e motivações no trabalho com idosos, articulando Neurociência e Arteterapia.
Bem vinda Ju!
Por: Juliana Ohy
Muitas vezes quando falamos em cognição, neurônios, conexões
nervosas, nos fechamos ao mundo da medicina e da ciência. E a pergunta que me instigou por muito tempo
foi: Será que a arte pode influenciar em uma esfera tão complexa quanto nossa
máquina mental: O cérebro?
Foram questionamentos como esse que
fizeram aprofundar meus conhecimentos e unir duas paixões que me cercam: A
neurociência e a Arteterapia.
Isso porque, atualmente, vivemos
duas realidades: A primeira é que a população está envelhecendo muito mais do
que as gerações passadas e isso faz com que o cérebro viva muito mais anos,
acarretando em doenças neurodegenerativas, fruto desse envelhecimento. A
segunda, é que as pessoas estão cada vez menos afetuosas, mais distanciadas
fisicamente umas das outras e até de si mesmas.
Para que um ser humano tenha
qualidade de vida, acredito que ele necessite de um equilíbrio nos planos
social, psíquico, físico, emocional e cognitivo. Pensando nisso, despertei a
tentativa em juntar a estimulação, a reabilitação cognitiva e a arte para que
juntas pudessem trazer um resultado favorável e completo a minha prática
clínica: idosos com demência.
Uma pintura, por exemplo, desperta
sentimentos fluidos e nos remete a emoções muitas vezes esquecidas. Mas além
disso, esta é uma excelente ferramenta para estimular a atenção, a percepção, a
organização espacial, a coordenação motora dentre outras funções que nosso
cérebro, como um experiente maestro, controla no nosso dia-a-dia.
Desde então, percebo que técnicas
expressivas podem auxiliar não somente as questões emocionais, como a
Arteterapia bem nos mostra, mas também a desenvolver habilidades cognitivas
necessárias para que aquele cérebro já envelhecido retome suas conexões nervosas
e volte a funcionar de forma menos passiva.
A neuroplasticidade nos mostra que o
cérebro é capaz de refazer conexões antigas e novas áreas serem estimuladas a
partir de exercícios cognitivos. Então, por que não usar a arte como forma de
estimulação e também um novo acesso ao afeto perdido?
Quando entendemos que a arte pode
ser um instrumento fabuloso para nosso cérebro, damos novo sentido a vida, às
memórias, ao que falamos, ao que enxergamos, ao que ouvimos e ao que sentimos.
É exatamente nisso que acredito e
venho desenvolvendo diariamente técnicas expressivas para que possamos cuidar
com mais qualidade dos idosos.
Para saber mais, acesse o site:
julianaohy.com.br ou participe do curso que criei a fim de compartilhar esse
conhecimento.
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