Segundo
o dicionário Priberan da língua portuguesa a palavra assemblagem se origina do francês assemblage, uma linguagem das ARTES: Colagem ou composição
artística feita com materiais ou objetos diversos.
Nas assemblages
existe um forte apelo à inteligência e à sensibilidade, um universo
estético, expressivo com conteúdo enigmático e poético. A técnica transforma o vazio em plenitude, o
mínimo no máximo, com característica de preenchimento e ironia. A utilização da sucata dos objetos cotidianos
na busca da refinada linguagem e ambíguo sentido, dotada de virtudes pelo
equilíbrio da composição apurada e plena de significados.
Minha caminhada na formação em Arteterapia foi permeada por descobertas, reecontros e também serviu para dar início ao meu processo de individuação. Resgates
de mim mesma estão em andamento, no que posso chamar de JORNADA PARA A PRÓPRIA
INDIVIDUAÇÃO.
A
ideia central das assemblages diz que
os objetos díspares reunidos na obra, ainda que produzam um novo conjunto, não
perdem o sentido original. Menos que síntese, trata-se de
justaposição de elementos, em que é possível identificar cada peça no interior
do conjunto mais amplo.
O termo assemblage é incorporado às artes em 1953 pelo pintor e gravador
francês Jean Dubuffet (1901-1985) referindo-se a trabalhos que, segundo ele,
"vão além das colagens". Assemblage é a "estética da acumulação": todo e qualquer
tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. A partir daí rompe-se
definitivamente as fronteiras entre arte e vida cotidiana; ruptura já iniciada
pelo dadaísmo.
A referência de Dubuffet às colagens não
é casual. Nas artes visuais, a prática de articulação de materiais diversos
numa só obra leva a esse procedimento técnico específico, que incorpora-se à
arte do século XX com o cubismo de
Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963).
Ao
abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de
jornal, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, objetos etc. , a colagem
liberta o artista de certas limitações da superfície. A pintura passa a ser
concebida como construção sobre um suporte, o que pode dificultar o
estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura.
O uso da assemblage
em Arteterapia é um caminho pleno em possibilidades, ressignificando objetos
temos uma infinidade de recursos criativos. Podemos através deles expressar
conteúdos e montar um grande palco de emoções e contradições.
A assemblage
não requer habilidades específicas nem grandes talentos. É uma técnica
organizadora que auxilia na ordenação dos pensamentos, na expressão de idéias,
na percepção espacial, é integradora e propicia reutilizar, reunir e integrar.
Cada objeto produzido possibilitou contato com
emoções, lembranças que serviram de narrativa da minha identidade.
Nesses materiais vi possibilidades que usei e
reusei, montei e desmontei até chegar a esses símbolos, que em perguntas a mim
mesma descobri o significado da meditação. Sem religião só com introspecção. Na
natureza que atualmente busco diariamente contato tirei galhos, pedras, flores
e observações.
Muitas
vezes mal consegui localizar-me diante de tudo a explorar, materiais diversos: papéis,
tecidos madeiras, fitas, parafusos, arruelas, suportes e tudo que fui juntando
para começar.
Nessa jornada pessoal percorrida com a Assemblage percebi algumas
possibilidades de transformação através da retirada das coisas de seus devidos
lugares.
Imagens podem propor de forma sintética
mensagens simbólicas, emoções e afetos. Em Arteterapia, imagens representam
notícias do que foi e do que “virá-a-ser”... (Philippini, Angela, 2013, capa
final).
Na Arteterapia, um fator essencial para
assegurar uma formação sólida, confiável e sobretudo ética, será ter sua
própria experiência como sujeito de um processo terapêutico. (Philippini,
Angela, 2013, p.24)
Na solidão do encontrar-se comigo mesma, vi
numa citação de Paul Klee que “A arte
não existe para produzir o visível, e sim para tornar visível o que está além”.
Meditação
Fui
pra dentro
Contato
único, contato pleno
Sinto
o infinito através do tempo
Olho
o vento dentro do templo
Cheiro
de mato sem pensamento
Fico
um tempo
Volto
com expansão e ressignificação
Caso você tenha se identificado com a proposta do “Não palavra abre as portas” e se sinta motivado a aceitar o nosso convite, escreva para naopalavra@gmail.com Assim poderemos iniciar nosso contato para maiores esclarecimentos quanto à proposta, ao formato do texto e quem sabe para um amadurecimento da sua ideia.
A Equipe Não Palavra te aguarda!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ASSEMBLAGE. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte
e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/ termo325/assemblage>. Acesso
em: 26 de Fev. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT,
A. Dicionário dos Símbolos. Rio de
Janeiro: José Olympio, 2015.
PHILIPPINI, A. Cartografias da Coragem.
Coleção: Para Entender Arteterapia. 5ª Edição, Rio de Janeiro. Wak Editora,
2013.
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Sobre a autora: Cristina Costa
Cursou 6 períodos da Faculdade de Belas Artes – UFRJ,
Administradora de Empresas aposentada, Arteterapeuta pela Clínica Pomar, em
constante aperfeiçoamento em cursos extensivos.
Estagiou com adultos não alfabetizados, atua em
parceria no atendimento a grupo de
adultos e atualmente também com idosos podendo ser em domicílio.
Maravilhoso texto Cristina, a assemblagem é um contexto novo e confesso que amei, ainda mais com ilustraçãoes de Buda! Cada dia mais fascinda com o Não-palvra....sem palvras!
ResponderExcluirAdorei o texto! Um profundo mergulho em si mesmo proporcionado pela assemblagem, me trouxe reflexões e mais conhecimento sobre esta linguagem. Parabéns, Cristina!
ResponderExcluirGostei imitido texto e Assemblage é cativante! Parabéns!👏👏👏
ResponderExcluirSaiu truncado acima!!
ResponderExcluirGostei MUITO do texto...