segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

NOVO CURSO - ARTETERAPIA: HISTÓRIA DA ARTE PARA QUÊ?

Curso vivencial de História da Arte e sua aplicabilidade no setting terapêutico.


Arte pré-histórica. Pintura rupestre de cerca de 15.000 AEC. Touro com cavalos, Caverna de Lascaux, França.

por Eliana Moraes e Flávia Hargreaves

Está saindo do forno o Módulo I do nosso o tão sonhado curso "Arteterapia: História da Arte para quê?", com inicio em março de 2014, no Rio de Janeiro. Nossos ouvidos estiveram atentos às demandas de nossos alunos e colegas de profissão sobre o seu interesse de aprofundamento em “Arte” na “Terapia”. Cada vez mais estamos convencidas de que a Arte nos oferece um imenso potencial como disparador de reflexões e mobilização de processos de autoconhecimento. A evolução das artes e das técnicas ao longo da história e suas motivações nos oferece instrumentos poderosos e inspiradores para a utilização de técnicas expressivas na clínica e nos ateliês terapêuticos.

Com ênfase em exercícios vivenciais, reflexões e discussões sobre sua aplicabilidade terapêutica, o curso estabelece relações entre as tendências, estilos e movimentos artísticos, atualizando-os para o nosso tempo e relacionando-os a nossa história pessoal.
Ao longo do curso serão abordadas diversas técnicas plásticas e estilos buscando o reconhecimento e o desenvolvimento de um estilo individual de representação e expressão da realidade e das emoções.

O curso abre espaço para a vivência individual ao entrar em contato com os diversos "homens" e "estilos" ao longo da História da Arte. Em um segundo momento, abre espaço para a reflexão sobre como o terapeuta poderá dispor destes conteúdos na sua atuação profissional.

Aproveitamos este espaço para agradecer a todos os que de alguma forma contribuíram e incentivaram a realização deste projeto.

Sobre o curso:
O curso será realizado em módulos independentes ao longo do ano;
Cada módulo será de 6 encontros semanais, com carga horária de 15 horas;
Voltado para estudantes e profissionais de arteterapia, psicologia e demais profissionais que utilizem técnicas expressivas no processo terapêutico.

MODULO 1: PRÉ-HISTÓRIA E PRIMITIVISMO

Vênus de Laussel, França, Relevo em pedra. 15.000/10.000AC. | Les Demoiselles d'Avignon.Pablo Picasso. 1907.

Início 14 de março.
Dias 14, 21, 28 de março, 4, 11 e 25 de abril
Sexta-feira das 15 às 17:30h

LOCAL:  Botafogo. Rio de Janeiro.

Informações e Inscrições: elianapsiarte@gmail.com

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UM ANO DE "NÃO PALAVRA"


Por: Eliana Moraes

            Nesta semana, mais precisamente no dia 15/02/14, o blog “Não Palavra” completa um ano de caminhada. Olhando para trás fico contente ao  observar seu processo de construção, passo a passo, tijolo a tijolo. No início a ideia era compartilhar meu dia a dia de estudo e prática da arteterapia. Este objetivo ainda se mantém, mas no decorrer do tempo outros temperos foram sendo adicionados, como a descoberta do valor da História da Arte para a Arteterapia, o mergulho no Dadaísmo e Surrealismo e a parceria com Flávia Hargreaves que foi se desenhando no meio do caminho.
            A charge acima me fez pensar sobre meu próprio processo criativo para a manutenção do blog. Durante este ano foi fundamental estar muito atenta a cada leitura, troca, conversa, aula, grupo de estudo, vivência, prática, atendimento, supervisão. Cada experiência foi uma oportunidade de surgir aquele “estalo”, aquela ideia, que se transformaria em uma questão, uma reflexão, um texto.
Penso que esta deva ser a postura de um Arteterapeuta. Um eterno curioso, que permanece com o olhar aberto e os ouvidos atentos por onde passa.. Estar em constante movimento de percepções, atuações, produções, criações.
Compartilhar o dia a dia desse movimento ininterrupto de reflexões para mim foi um prazer. Perceber que cada vez mais pessoas se interessam pela discussão sobre a arteterapia e nos dão a mão nesta grande roda, é uma alegria. Ver que os temas abordados contribuíam para o meu crescimento profissional e de colegas, é muito gratificante. 
Que venham mais um, cinco, dez anos de comprometimento como arteterapeutas. Que o blog “Não Palavra” continue firme em sua jornada, embasado no desejo de contribuir para a Arteterapia como um saber estabelecido. Se este desejo também te pertence, você é nosso convidado para esta comemoração!


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Arteterapia: Conhecendo os materiais e aprendendo a usá-los.

Sobre a criatividade e autonomia do arteterapeuta 
com relação às técnicas e materiais de arte.




Insula Dulcamara, 1938. Óleo sobre papel de jornal e juta. Paul Klee.


Por Flávia Hargreaves

Os materiais de arte, em especial, os que se referem a desenho e pintura sempre exerceram fascínio sobre mim. Basicamente foi o que me levou a Escola de Belas Artes, UFRJ, onde me graduei em Comunicação Visual nos anos 80. Em seguida, os “materiais mágicos” foram substituídos por uma simulação dos mesmos no mundo virtual da computação gráfica. O design não era mais o lugar para os papéis, os pincéis, as tintas que me encantaram na infância e na adolescência. As artes plásticas se transformaram em artes visuais ampliando os seus meios e categorias, deixando também de ser o lugar para os materiais tradicionais de arte. E tudo isto foi maravilhoso, porque pude perceber que a Arte definitivamente não tinha mais nada a ver com “habilidades”, mas com ideias, o que não era exatamente uma novidade.

Foram necessárias mais de 2 décadas para que eu me reencontrasse com os “materiais mágicos”, e este reencontro se deu a partir da Arteterapia. Melhor dizendo: um reencontro “com a mágica dos materiais”. Nesta época fiz o curso de formação em Arteterapia com Ligia Diniz e voltei para a EBA para cursar Licenciatura em Artes.

Esta trajetória foi fundamental para a construção de um novo olhar para as técnicas e materiais, agora voltados para fins terapêuticos. Em 2009, criei o curso “Conhecendo os materiais e aprendendo a usá-los”, com a proposta de ser um ateliê de artes que proporcionasse ao terapeuta um espaço para experimentação e exploração das possibilidades expressivas dos materiais, para reflexão e discussão sobre sua aplicabilidade no setting terapêutico. De lá para cá, o curso teve muitos formatos e foi se adaptando ao que eu percebia ser fundamental a partir de questionamentos meus e dos alunos. Uma das mudanças foi a introdução de conteúdos da História da Arte e a “autorização da transgressão” às  “técnicas”.

Cada vez mais, incentivo o desenvolvimento da criatividade e da autonomia do arteterapeuta. Ele deve se apropriar das técnicas e das qualidades de cada material, entrar em contato com suas contradições, experimentar diversos caminhos para aplicá-los de forma criativa a partir das demandas de seu cliente. 

É importante lembrar que o arteterapeuta trabalha no sentido de estimular a criatividade no seu cliente e a criatividade não é a melhor amiga da “receita pronta”. Buscar uma técnica como “um modo de fazer” e não como “o modo de fazer”; Olhar para a técnica de modo que amplie as possibilidades e não que aprisione, compreendendo que o conhecimento das “receitas” possibilita a desconstrução das mesmas; Experimentar a regra e transgredi-la. Enfim, fazer tudo diferente, porque o “errado” pode ser o jeito certo.

contato: fmhartes@gmail.com
              naopalavra@gmail.com