segunda-feira, 28 de julho de 2025

REFLEXÕES DE UMA ARTETERAPEUTA IMPERFEITA

 

 


Patrícia Paladino – SP

@patriciap.arteterapia

Talvez você ache que eu já tenha todas as respostas.
Eu mesma já quis acreditar nisso.
Mas a verdade é que, todos os dias, também estou aprendendo a me escutar.

Existe um mito silencioso que paira sobre os terapeutas: o de que estamos sempre bem, emocionalmente equilibrados, quase imunes às turbulências da vida. Como se o fato de trabalharmos com o sofrimento alheio nos blindasse do nosso próprio. Mas não é assim.
Eu sou arteterapeuta. E sou humana.
Tenho dias bons e dias ruins. Tenho dúvidas, dores, sombras. E sigo, como todos, em constante construção.

Acredito que a terapia é uma via de mão dupla. Enquanto alguém se permite ser visto, algo em mim também se transforma. Não estou no controle. Não sou um oráculo. E definitivamente não estou num pedestal.
O que faço, com presença e cuidado, é caminhar ao lado. Segurar a lanterna por um momento. Oferecer um espelho simbólico, uma imagem, uma cor. E, se for possível, construir um espaço seguro onde a alma possa respirar e se despir.

Jung dizia:

“Conhecer a própria escuridão é o melhor método para lidar com as trevas dos outros”

E eu não poderia concordar mais.

Como escreveu Beatriz Helena Paranhos Cardella:

“O psicólogo oferece o colo que aninha, o ombro que consola, a mão que encoraja, o discernimento que guia. Mesmo que em seu interior ele careça de tudo isso. [...] Para tanto, precisa de coragem. Uma coragem imensa. Um desprendimento admirável. Uma humildade encarnada – não virtuosa, mas condição necessária para exercer seu ofício com alguma dignidade” (CARDELLA, 2023, p. 241).

Se há algo que aprendi nesses caminhos é que ninguém cura ninguém, mas todos podemos ser testemunhas do crescimento do outro. E, ao sermos tocados por esse processo, também crescemos por dentro.

Ser arteterapeuta, para mim, é um compromisso com o outro, mas também comigo mesma. Com a honestidade de continuar me olhando. Com a humildade de saber que ainda estou em processo.
E com a confiança de que, mesmo imperfeita, posso ser instrumento de cuidado, afeto e transformação.

Como ela também diz:

“Sua precariedade pode estar a serviço do semelhante. Sua fragilidade carrega uma sabedoria sobre a condição humana – e esta mesma sabedoria pode ajudar um outro humano a recordar-se da potência presente em sua fragilidade” (CARDELLA, 2023, p. 44).

Se hoje eu caminho ao lado de outras pessoas, não é porque cheguei a algum lugar.
É porque aprendi que podemos seguir juntas.
E que o verdadeiro encontro se dá não quando um sabe mais que o outro, mas quando ambos se permitem ser humanos.

Trabalhar a partir da própria humanidade muda tudo. Muda a escuta, que se torna mais sensível. Muda o olhar, que deixa de buscar respostas prontas. E muda o espaço terapêutico, que deixa de ser um lugar de correção para se tornar um lugar de criação, escuta e acolhimento.

E isso só acontece quando há confiança. Quando o outro sente que não está sendo analisado, mas acolhido. Não estou ali para interpretar tudo o que é feito, mas para testemunhar o que se revela. E, às vezes, o mais importante é simplesmente sustentar o silêncio.

 

Referências

CARDELLA, Beatriz Helena Paranhos. O Curador Ferido e a Clínica Contemporânea. Amparo: Gráfica Foca, 2023.

 

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Sobre a autora: Patrícia Paladino

 


 
AATESP 984/0823
 
Arteterapeuta com formação pela USCS (Universidade de São Caetano do Sul) com especialização em psicologia analítica pela mesma universidade.
Ofereço Atendimentos individuais para adultos (on-line e presenciais em São Caetano do Sul), grupos  arteterapêuticos e vivências  criativas.

Contato:
Instagram : @patriciap.arteterapia
E-mail: patriciap.arteterapia@gmail.com

 



 

segunda-feira, 21 de julho de 2025

COLAR OS CACOS: REFLEXÕES SOBRE O FILME "VITÓRIA" E OS PROCESSOS DA ARTETERAPIA

 


Por Mônica Ruibal

 

*Contém spoiler


Assistir ao filme Vitória, protagonizado por Fernanda Montenegro, é também entrar num território simbólico profundamente potente, onde a vida e a arte se encontram no movimento de reparar, remendar, ressignificar.

Só que essa história não é só ficção. Vitória existiu. Seu nome verdadeiro era Joana Zeferino da Paz. Mulher nordestina, nascida em Alagoas, que viveu décadas no Rio de Janeiro, até que a violência da cidade invadiu sua porta. Sem ser ouvida, sem apoio, sem acolhimento das autoridades, Joana decidiu pegar uma câmera e, com as próprias mãos, filmar aquilo que parecia inominável: o tráfico, a violência, a corrupção, o abandono.

Gravou, sozinha, por meses, enquanto também seguia sua vida, colando os cacos da casa, das xícaras, da própria existência. Porque enquanto a cidade se estilhaçava em tiros, medo e silêncio, ela se recusava a ser só mais uma invisível.

Quando denunciou, precisou se esconder. Foi viver em Salvador, protegida, com um nome novo — Dona Vitória. Viveu discretamente, longe da terra onde tudo aconteceu, carregando suas lembranças, suas cicatrizes, seus quadros, sua fé.

E partiu recentemente, aos 97 anos, em paz, deixando esse legado de resistência e de coragem.

Vitória, essa mulher que carrega sua própria história de dor, solidão, invisibilidade e resistência, passa boa parte do filme tentando colar uma xícara quebrada.

As xícaras que se partiram não só pelos impactos dos tiroteios que atravessam a sua vida, mas também como reflexo da desintegração de seu mundo, de suas relações, de sua própria identidade naquele espaço.

E talvez aqui esteja uma das cenas mais simbólicas do filme — e que dialoga diretamente com o fazer arteterapêutico: quando ela coloca café nessa xícara remendada… e o café escorre, vaza pelas ranhuras.

A xícara já não sustenta mais. Ela não tem mais a mesma função. Aquilo que se quebrou até pode ser colado, mas jamais volta a ser como antes.



E o que isso tem a ver com Arteterapia?

Tudo.

A Arteterapia é, muitas vezes, esse espaço onde o cliente chega com seus cacos — da vida, das relações, das histórias, dos afetos — e se senta diante de nós com a pergunta silenciosa: “O que eu faço com isso?”

Nos processos arteterapêuticos, aprendemos que nem sempre se trata de consertar para que volte a ser como antes. Às vezes, trata-se de acolher o que quebrou, reconhecer as rachaduras, dar nome às dores, olhar para os vazamentos, e então… criar algo novo.

A xícara não volta a ser xícara. Mas ela pode se tornar escultura, mosaico, objeto poético, memória viva. E, muitas vezes, é isso que fazemos: ajudamos nossos clientes a transformar os estilhaços da vida em novas formas de existir.

 

Práticas que podemos propor a partir desse filme:

 

Trabalhar com colagem, com mosaicos, com cerâmica quebrada — convidando o cliente a criar algo novo a partir do que se quebrou.

Utilizar a metáfora da xícara: o que em você hoje já não comporta mais o que antes comportava? O que está vazando? O que você tenta sustentar, mas percebe que já não cabe?

Convidar o cliente a escrever uma carta para o espaço que precisou deixar, para aquilo que não serve mais, se despedindo, elaborando o luto.

Fazer uma instalação simbólica: uma mesa posta com xícaras quebradas, como representação dos lugares vazios, das ausências, e também dos espaços de reconstrução.

Trabalhar com o conceito do Kintsugi, técnica japonesa que valoriza as cicatrizes da cerâmica, preenchendo as rachaduras com ouro, como uma metáfora de que as feridas também fazem parte da beleza e da história de cada um.


O filme Vitória nos lembra que colar os cacos é um ato de resistência. De amor próprio. De reinvenção. Mas também nos lembra que nem sempre o colado volta a ser recipiente — às vezes, vira obra. Vira memória. Vira história.

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Sobre a autora: Mônica Ruibal



De São Paulo, graduada em Pedagogia com pós graduação em Arteterapia e Arte Reabilitação

Especialista em autismo, atuando em equipe multidisciplinar.

Em 2024 foi convidada a compor um painel sobre Arteterapia no Tearteiro, maior Festival de Autismo e Arte da América Latina.

 ARTBRAZIL, em Fort Lauderdale, expondo a sua arte e promovendo workshops sociais sobre o tema Autismo. 

Criadora do grupo Arte Autismo onde promove encontros e workshops sobre o tema.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Tecendo laços afetivos: um diálogo entre metodologias

 


Por Annamaria Bruno Riscarolli - RJ

@tessituradoser 

Construir um diálogo entre metodologias me recorda como percebo a escrita. Para mim, o ato de escrever guarda em si o gesto de tecer entre palavras e imagens. As ideias, os fios, podem surgir de uma imagem, uma frase lida aqui ou acolá. Pouco a pouco vão se unindo organicamente em versos formando estrofes, um tapete com ideias... Convidando o leitor a dançar pelas cores e texturas, por entre ritmos e entrelaçamentos de histórias, memórias, conectando e despertando novos caminhos, uma trama de possibilidades compondo uma grande tapeçaria que é o viver.

Os fios se encontram : o plantio do “Projeto EntreSaberes: Semeando Gentilezas”

Com muita alegria e gratidão partilho com vocês o trabalho realizado no XV Congresso Brasileiro de Arteterapia, em Vitória, Espírito Santo, em novembro 2024. Uma experiência tão enriquecedora que contou com grande aceitação da comunidade científica e dos participantes.

Este “plantio” surge da importância do trabalho conjunto das metodologias integrativas da Arteterapia, Biodança e Dança Circular. Desde 2017 estas metodologias foram incluídas como práticas integrativas e complementares (PICs) pelo SUS, fortalecendo e confirmando esse diálogo. Esse é fio condutor do Projeto EntreSaberes, desenvolvido no Espaço Tessitura do Ser na promoção de processos de autoconhecimento.

Confiante que este diálogo entre Arteterapia, Biodança e Dança Circular poderia impulsionar mais reflexões naquele Congresso, resolvi inscrever meu trabalho, dentro do eixo temático da Criatividade, na modalidade de apresentação de vivência arteterapêutica.

O tecer dialógico: Arteterapia, Biodança e Dança Circular

Saber dialogar é uma habilidade para criar consciência. É um espaço de compartilhamento de significações onde aprende-se a pensar junto, ainda que diferentemente. Da mesma forma, Arteterapia, Biodança e Dança Circular podem dialogar. Cada metodologia possui características específicas enquanto manejo de estratégias e métodos, mas todas têm um princípio em comum: estão a serviço de um melhor viver, por meio da linguagem não verbal. Não são processos de ordem puramente estética, mas sim de expressão do mundo interior. É justamente neste ponto que se observa o efeito terapêutico e educacional do entrelaçamento das três metodologias. Progressivamente e com regularidade, os participantes vão ampliando as descobertas de si mesmos, ampliando suas habilidades no campo relacional com o outro e com o ambiente, participando de forma mais integrada da dança do viver. Como aprendi com Rubem Alves: “A fala só é bonita quando nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção.”

O sabor do entrelaçar para multiplicar: Autoconhecimento precisa ser um bem acessível ao maior número de pessoas

Os gestos de trançar, de entrelaçar, abarcam conexões, histórias e proteção, sendo, assim, um símbolo de identidade e pertencimento. Atuando profissionalmente há bastante tempo em trabalhos sociais e comunidades, ou seja, em ambientes menos favorecidos, constatei que promover entrelaces é fundamental para desenvolver alternativas para construir vínculos de confiança mútua.

Nestes trabalhos, especialmente com pessoas em situação de vulnerabilidade social, aprendi a acolher saberes, a olhar subjetividades, a enxergar invisibilidades. Por isso sempre foi um movimento muito natural tecer a comunicação entre as metodologias que conduzo, guardando e respeitando suas singularidades, e colocando-as a serviço, de modo conjunto, de um viver mais pleno e significativo.

     

 


 



 

Trabalhos realizados com pessoas em
situação de vulnerabilidade social

Círculo de Acolhimento promovido pela AARJ - 2023

 

Estudos no campo da neurociência trazem importantes descobertas para uma transformação através da interação entre a arte e o movimento. Muitas vezes, compreender algo somente sob o aspecto intelectual não será suficiente para uma mudança de estilo de vida. Processos neurocientíficos mostram como a criatividade e a interação afetam o cérebro, estimulando a plasticidade neural e fortalecendo conexões. Quando nos movemos de forma livre e conectada, superamos barreiras psicológicas e sociais. Criamos espaço para a expressão autêntica e reencontramos o equilíbrio, onde o sistema límbico desempenha um papel central na integração de emoção e memória.

A arte, a dança e a conexão humana podem ativar as áreas responsáveis pela empatia, pela autorregulação e pela criatividade, ampliando nossa capacidade de nos transformarmos. Este é um ponto de comunhão, dialógico, entre a Arteterapia, Biodança e Dança Circular. A partir da utilização da linguagem não verbal, em vivências integradoras, as três metodologias promovem uma efetiva mudança interna, uma vez que convidam os indivíduos a ampliarem sua percepção de como experienciam o mundo.

O “Projeto EntreSaberes: Semeando Gentilezas” nasce do tecer e vivenciar junto, de saberes que originalmente são atividades milenares: arte e dança. Atravessam o tempo e a história. A pré-história narra esses diálogos. Já de muito tempo o homem deixa registros de seu cotidiano, das suas interações, oferecendo notícias do nosso desenvolvimento humano e social enquanto processo evolutivo.

Trazer a arte e a dança para resgatar o valor simbólico que nasce do sentir do corpo, como uma fonte confiável de conhecimento, é promover o pertencimento, num processo de transformação e ressignificação. Sabemos que a linguagem verbal é rica de significados, e que vivemos em um mundo verbal. Mas muitas vezes essa linguagem verbal carece de autenticidade e afetividade. Daí a proposta de trabalhar de maneira conjunta as três metodologias: primeiramente, “preparar” o corpo por meio das vivências de Biodança e Dança Circular, e depois apresentar as possibilidades arteterapêuticas expressivas dos materiais plásticos que vão registrar o mundo interior dançado. Esta abordagem proporciona um ampliar de fala mais coerente e conectada com eixo do sentir-pensar-agir, promovendo progressivamente um encontro mais harmonioso com Ser essencial do participante.

Assim, posso afirmar com convicção que, no Projeto EntreSaberes, Arteterapia, Biodança e Dança Circular estão unidas, tecidas e vivenciadas sob um único propósito: tornar mais humana a experiência da transformação, seja pela arte, pelo movimento ou pela ciência, como uma grande ciranda.

 “Minha ciranda não é minha só, ela e de todos nós...” Música “Minha ciranda” de Capiba

 


  


  

Trabalhos realizado no Espaço Tessitura do Ser – RJ

 

Bibliografia

ALVES, Rubem. Educação dos Sentidos e Mais... . Campinas: Verus Editora, 2012.

ARCURI , Irene Gaeta. Arteterapia e o Corpo Secreto – Técnicas expressivas coligadas ao trabalho corporal. São Paulo, SP: Vetor 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29ª Ed. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2004.

FREITAG, Vera Lucia; BADKE, Marcio Rossato. Práticas Integrativas e Complementares no SUS – o (re)conhecimento de técnicas milenares no cuidado à saúde contemporânea. Curitiba: Nova Práxis, 2019

RISCAROLLI, Annamaria Bruno. Vida: uma grande teia afetiva e social: Biodanza promovendo a comunicação afetiva nas relações sociais. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Formação de Facilitadora de Biodanza) – Escola de Biodanza Rio-Barra, Rio de Janeiro, 2013.

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Sobre a autora: Annamaria Bruno Riscarolli



Bacharel em Publicidade e Propaganda

Arte-educadora social

Arteterapeuta UBAAT 01/159/1004

Pós-graduada em Arteterapia em Educação e Saúde

Facilitadora de Biodanza RIOB 1302

Focalizadora de Dança Circular

Facilitadora Biocêntrica

Professora de Oficina de Artes em curso de pós-graduação de Arteterapia

Professora de Expressão Corporal/Dança em cursos de formação em Arteterapia

Coordenadora do Espaço Tessitura do Ser (@tessituradoser)

segunda-feira, 7 de julho de 2025

A ESCRITA EXPRESSIVA NO PROJETO DE EXTENSÃO "VIVÊNCIAS EM ARTETERAPIA" NA FACULDADE SANTA CASA BH



Por Nina - BH

 

Compreender a escrita além de um sistema de grafia e símbolos é essencial para ampliarmos conceitos e possibilidades relacionadas ao seu exercício,  sobretudo ao reconhecê-la como um importante recurso para a expressão humana e a educação emocional.

É possível empregá-la para finalidade terapêutica, como uma técnica em que indivíduos são convidados a escrever sobre seus pensamentos e sentimentos relacionados a diversos acontecimentos, semelhante à manutenção de um diário (SMYTH; PENNEBAKER; ARIGO, 2012).

 

Conhecida como escrita expressiva, terapêutica ou sentimental, esta técnica tem sido adotada por psicólogos, terapeutas e arteterapeutas. Seus benefícios e contribuições são relacionados ao autoconhecimento, regulação emocional e organização dos pensamentos do cliente, principalmente em relação à situações difíceis e traumas, ou a temas que o terapeuta deseja abordar com o cliente. 

Deste modo, incentivar a expressão pessoal do indivíduo através do exercício da escrita é uma forma de explorar contornos subjetivos à prática, trabalhar diferentes camadas sobre situações e experiências pessoais, com o intuito de proporcionar autoconhecimento, bem-estar e apurar o reconhecimento do indivíduo sobre as próprias emoções. 

O Projeto de Extensão “Vivências em Arteterapia”, em andamento como prática de estágio supervisionado na Faculdade Santa Casa BH, teve início em março de 2025 e terá conclusão em novembro do mesmo ano; atende a 20 alunos dos cursos  superiores de Gestão Hospitalar e Enfermagem, com sessões semanais de 120 minutos. As práticas são conduzidas pelas facilitadoras Nina (Aline da Conceição Santos Souza) e Shirley (Harleyde Shirley Cordeiro da Silva), pós-graduandas em Arteterapia pela Integrarte - Belo Horizonte. 

Desde a primeira sessão com o grupo, a escrita expressiva tem sido um recuso adotado no projeto, atrelada a temas voltados para o desenvolvimento pessoal como memórias afetivas, reconhecimentos e nomeação de sentimentos, biografia corporal, o processo de perdão, dentre outras pautas inerentes à vida. 



Frequentemente é exercitada após a realização de vivências plásticas, como a modelagem em argila, colagem, pintura com tinta guache ou aquarela, por exemplo. Há uma relação estreita entre a experiência plástica e a escrita expressiva, ambas as práticas são relacionadas ao tema/pauta da sessão. 

O tempo estimado para a atividade de escrita expressiva é entre 15 a 25 minutos, são usadas canetas coloridas, papéis de diferentes tamanhos, gramaturas e cores, uma vez que a cor escolhida para o exercício pode estar relacionada a algum significado para a pessoa. Além disso, desenhos e imagens podem ser agregados ao exercício da escrita, trazendo ainda mais sentido para a produção/obra e a reflexão sobre os símbolos implicados à criação do participante. 

Ao decorrer dos primeiros 4 meses do projeto, a atividade da escrita é explorada como um poderoso recurso de expressão individual, ela tem se mostrado como uma técnica criativa capaz de proporcionar a   autoconexão e o desenvolvimento pessoal dos participantes do projeto de extensão Vivências em Arteterapia. 

 

Referências 

Fonte, Bruna Ramos da. Escrita terapêutica: um caminho para a cura interior. Belo Horizonte. Letramento, 2021.

Pellisson, S. &  Boruchovitch, E. (2022). Estratégias de regulação emocional de estudantes universitários: uma revisão sistemática da literatura. Educ. Form., Fortaleza, v. 7, n. 1, e7152. 

Santana, V. S., & Gondim, S. M. G. (2016). Regulação emocional, bem-estar psicológico e bem-estar subjetivo. Estudos de Psicologia21(1), 58-68. doi: 10.5935/1678-4669.20160007. Link https://www.scielo.br/j/epsic/a/GCvs4yKTqq9HrLz6fcMhW4d/?lang=pt  

Smyth, M.J., Pennebaker, J.W., & Arigo, D. (2012). What are the health effects or disclosure? In Baum, A., Revenson, T. A., & Singer, J. (ed.). Clinical health psychology (pp. 131-149). New York: Taylor & Francis.    

 

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Sobre a autora: Nina



 

 

 

segunda-feira, 30 de junho de 2025

A.COR.DAR - O Poder da Autobiografia na Arteterapia

 

Por Dani Lyrio

@acordar.arteterapia

O trabalho biográfico é uma ajuda para todos que querem aprofundar seu autoconhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolver interesse e compreensão por outras pessoas e situações de vida. (Michaela Glöckler,1992,prefácio)

 

O trabalho final da minha especialização em arteterapia foi um livro autobiográfico. A proposta era registrar nossa jornada pessoal, nossa trajetória ao longo da formação ou, alternativamente, relatar o processo vivenciado durante o estágio.

Mas senti que eu precisava revisitar toda a minha trajetória de vida até aqui, pois sabia que a profissional que nascia ali não vinha apenas dessa formação, vinha também de toda a minha história de vida. E isso precisaria estar no livro. Afinal, sou o resultado de tudo o que me aconteceu e de como reagi a tudo isso. Revisitar memórias foi uma grande viagem. Eu até encontrei um desenho feito por mim quando criança, mas infelizmente sem data.

 Na arteterapia, esse resgate autobiográfico pode acontecer usando diversas técnicas e ferramentas, citarei três maneiras nesse texto. Uma delas é a autobiografia baseada nos setênios, que, segundo a antroposofia, organiza a vida em ciclos de 7 anos, cada um com características e desafios específicos. O resgate acontece a partir de perguntas simbólicas que ajudam a acessar memórias e vivências marcantes de cada fase. O objetivo não é apenas lembrar, mas integrar a própria história com consciência e sentido. Nessa técnica, existem perguntas norteadoras para cada setênio, que nos auxiliam nesse mergulho no passado.

Outra maneira é a linha do tempo, em que seguimos uma ordem cronológica e deixamos emergir datas, momentos e lembranças marcantes. É uma abordagem mais intuitiva, livre de técnicas específicas, que também propõe um resgate desde a infância, mas sem a delimitação dos ciclos de 7 anos. Aqui, deixamos que as memórias venham mais livremente.

O uso de fotografias também é um excelente recurso nesse processo de resgate autobiográfico. Elas nos ajudam a revisitar momentos marcantes, despertam memórias afetivas e sensações que talvez estivessem adormecidas. Como diz Regina Aparecida dos Santos no livro Percursos em Arteterapia 1, organizado por Selma Ciornai:

A fotografia nos transporta para um determinado tempo, resgata na memória as informações e as emoções. É um resgate individual e social que registra um momento da vida, situado no tempo e no espaço. Promove o encontro da pessoa com seu passado, com imagens carregadas de significados e também de perguntas. (Regina Aparecida dos santos , p 231, 2004)

 

O meu TCC foi feito de uma maneira muito intuitiva. Não segui nenhuma técnica. Embora as estudasse, deixei-me levar por aquilo que sentia que precisava acessar e me conectar.

A escolha do nome A.COR.DAR  para o meu livro, veio justamente desse movimento. Eu me sentia saindo de um torpor, despertando para a vida. E ao revisitar a criança, a adolescente, a jovem adulta, fui acordando também os sentimentos, dores, forças e potências que estavam adormecidas. Era isso que esse nome representava para mim: o reencontro comigo mesma.

É natural que esse rememorar traga emoções variadas, algumas acolhedoras e outras desafiadoras. Porém, percebo que esse confronto com nossas lembranças é necessário para avançarmos na vida com mais presença, saindo daquele modo automático, como um despertar interior.

A intenção do trabalho biográfico não é a pessoa se prender ao passado, mas entendê-lo e integrá-lo para poder viver o presente, livre do passado, e nortear melhor o futuro - à medida que ela amadurece se torna cada vez mais livre. Para isso, no entanto, é preciso ter elaborado, integrado e aceito o próprio passado. (Grudun Burkhard, 2019, pos. 224)

 

Trago aqui um breve relato da parte que abordei infância, juventude e a fase adulto nesse trabalho.

Recordei a criança dentro de mim usando uma fotografia,  através dela entrei em contato com aquela criança cheia de sonhos e fantasias.  A foto nesse caso me ajudou também visualmente, eu me vi criança, isso me auxilia no resgate de algumas memórias. O uso de cores faz ressaltar o lúdico e o colorido do mundo infantil.

 


Passei pela adolescência, essa parte da vida em que tantas vezes me senti deslocada, como se não pertencesse a lugar nenhum. Foi uma fase difícil, sim, mas necessária. Entrar em contato com as dores e as delícias desse período me permitiu lembrar que, apesar do sofrimento, ali também habitavam sonhos, ideologias e potências que ainda hoje falam sobre quem eu sou. Para representar essa fase, escolhi fazer um autorretrato com giz pastel oleoso.

 


E por fim, a fase adulta, marcada pelos compromissos da vida e pela urgência de fazer, conquistar, cumprir. Muitas vezes entrei no modo automático e, nesse movimento, acabei deixando de lado minha verdadeira essência. Para representar esse momento, utilizei a técnica do mosaico, picando e reconstruindo os pedaços, formando um espelho. A imagem ainda está borrada, como um novo olhar que começa a surgir. Um resgate da minha identidade neste processo de A.COR.DAR.


 

Durante minha formação em arteterapia, vivi essa experiência de forma intensa. Meu trabalho final não foi apenas uma entrega acadêmica, mas o resultado de um processo em que cada criação visual me devolvia uma parte de mim. Essa vivência me mostrou que contar a própria história pode ser um ato de escuta. Nem sempre sabemos o que vamos dizer. Mas ao criar, permitimos que algo venha à tona.

Se você deseja resgatar suas memórias, a arteterapia pode te acompanhar nessa jornada. É fundamental que o trabalho seja realizado por um arteterapeuta capacitado, que valorize a sua individualidade e ofereça o acolhimento e suporte necessários para um processo seguro e respeitoso.



Bibliografia

BURKHARD,Grudun. Tomar a Vida Nas Próprias Mãos, São Paulo : Antroposófica. 2010.

 

CIORNAI, Selma(organizadora).Percursos em Arteterapia: arteterapia gestáltica, arte em psicoterapia, supervisão em arteterapia/Selma Ciornai. São Paulo: Summus, 2014.

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Sobre a autora: Dani Lyrio

 


Graduação em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior. Especialização em Arteterapia pelo Nape, em São Paulo.

 

Atendimentos on-line e presencial (Zona sul)  na cidade de São Paulo.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

O QUE É REGULAÇÃO EMOCIONAL? - TCC E ARTETERAPIA

 Por Juliana Mello - RJ

@vivendotccearte 

Regulação emocional é a habilidade de reconhecer, entender e lidar com as emoções de forma que elas não nos prejudiquem no dia a dia. É fazer amizade com as emoções e entender que elas não são inimigas, mas sinais de que algo precisa ser observado.

E por que as emoções são tão importantes? Porque é a forma que nosso cérebro processa as informações, procurando em nossas “caixinhas” mentais experiências anteriores, para adaptá-las e nos orientar em como iremos nos comportar no momento presente, ressignificando padrões que estão disfuncionais. Às vezes, ele ativa memórias antigas, outras vezes ele cria novas conexões emocionais.

As emoções nos mostram que algo agradável ou desagradável está acontecendo. Muitas vezes, não conseguimos identificar o pensamento ou o gatilho para uma situação disfuncional, e encontramos nas emoções o termômetro que nos orienta que algo não está “legal”. À medida que nosso termômetro emocional vai aumentando a temperatura, percebemos as reações fisiológicas em nosso corpo, até que “a ficha cai” e precisamos observar o que não está agradável. Em muitos casos, o corpo sente antes da mente entender, como uma tensão no peito, insônia, um aperto no estômago ou uma alteração na respiração.

Quando estamos desregulados emocionalmente, as emoções podem ser sentidas de uma maneira muito intensa ou como uma sensação de anestesia (como se não sentíssemos nada), sendo, ambas as formas, disfuncionais. Sentir demais pode nos sobrecarregar, nosso inconsciente cognitivo entrará em ação de maneira desfuncional e pode nos levar a “explodir” ou agir no impulso. Sentir de menos pode nos deixar apáticos, distantes ou desconectados da realidade.

Evitar sentir emoções desagradáveis pode parecer um alívio no curto prazo, mas a longo prazo é um fator prejudicial para nossa saúde mental, pois as consequências podem gerar reforço de crenças desfuncionais e repetição de comportamentos padrões indesejados. A supressão emocional e a ruminação (ficar preso em pensamentos negativos repetitivos) são dois exemplos clássicos de desregulação emocional. A ruminação, por exemplo, nos prende no passado ou em preocupações constantes com o presente, minando nossa capacidade de imaginar um futuro diferente.

É importante lembrar que emoções como tristeza, raiva ou medo não são “ruins” — elas têm um papel adaptativo. O medo, por exemplo, é uma das emoções mais primitivas que temos. Ele está aí para nos proteger. O problema não é sentir medo, e sim quando ele nos paralisa ou nos leva a agir sem pensar. Percebo em meus atendimentos clínicos que o desejo do paciente é parar de sentir o incomodo que essas emoções trazem e, em muitos casos associam o “sucesso” da terapia aos tipos de emoções que estão sentindo.

Na TCC, entendemos que emoções, pensamentos e comportamentos estão interligados em um ciclo contínuo. Um pensamento pode gerar uma emoção, que influencia nosso comportamento. E esse comportamento, por sua vez, pode reforçar o pensamento inicial.

Pensamentos geram emoções.
Emoções evocam comportamentos.
Memórias emocionais alimentam pensamentos automáticos.

E por que a Regulação emocional é importante? Ao desenvolvermos habilidades de regulação emocional, conseguimos responder em vez de apenas reagir automaticamente as situações do nosso dia a dia, principalmente as relacionadas as emoções desagradáveis. Com consciência e treino, podemos sair desse “piloto automático” e fazer escolhas mais alinhadas com nossos valores, ter relações mais saudáveis, alcançar metas e desenvolver maior flexibilidade cognitiva — o que, na prática, é aprender a olhar para uma situação de diferentes ângulos, com mais abertura e menos julgamento.

E como a Arteterapia pode auxiliar na Regulação Emocional?

Através das técnicas expressivas, podemos auxiliar nossos pacientes a saírem do discurso de ruminação, identificarem as emoções e lidarem com a ação, mesmo que esta gere desconforto, pois estará alinhada aos objetivos e planos terapêuticos, em um ambiente seguro, junto ao terapeuta.

Muitos pacientes também mantém o discurso de que “está tudo bem”, mas queixam-se de insônia, compulsão alimentar e outros comportamentos que compensam a anestesia emocional. A Arteterapia auxilia a identificar desconfortos “escondidos”.

Um exemplo clínico do início do trabalho de regulação emocional é com uma paciente, de 40 anos, que estava com muitas dúvidas em relação a si mesmo e ao seu futuro, não sabendo por onde começar a fazer mudanças na vida, mas sabendo que algo não estava bom. O pensamento que surgia sempre era que já estava velha. Não sabia nomear as emoções, porém seu termômetro interno estava sinalizando que seu momento atual pedia por mudanças.

Iniciamos com uma colagem, para reflexão das coisas que ela estava desejando para o futuro. A colagem era livre e ela poderia utilizar quantas imagens desejasse.


 

Colocar no papel os objetivos os tornam mais claros, é como se fossem tirados do mundo das ideias e já não estão mais perdidos. Desta forma também foi possível identificar o que pensava sobre alcançar os objetivos e o que esses pensamentos geraram de emoções.

Em uma das sessões, emoções relacionadas a insegurança e crença de que jamais alcançaria tais sonhos estavam intensas, então pedi que ela escolhesse uma mandala e colocasse as emoções em formas de cores. O pensamento que surgiu foi “Meu Deus, que loucura!” Ela pode perceber, através da sua pintura, que poderia ir realizando seus objetivos passo a passo, assim como foi fazendo com a mandala. As emoções não foram embora, mas foram reguladas.


 

Emoções reguladas nos proporcionam um estado de consciência capaz de realizar nossos objetivos com clareza:

“Entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem os seus sonhos.” Alice no país das maravilhas


Referências Bibliográticas:

LEAHY, Robert L; TIRCH, Dennis; NAPOLITANO, Lisa A. Regulação Emocional em Psicoterapia: um guia para o terapeuta Cognitivo-Comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2013.

SABAN, Michaele Terena. Introdução à Terapia de Aceitação e Compromisso. 2ª Edição. Belo Horizonte: Ed. Artesã, 2015.

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Sobre a autora: Juliana Mello



Psicóloga, Arteterapeuta e Coach

Atendimento clínico  individual e grupo om criança, adolescente, adulto e idoso.
Abordagem em Terapia Cognitivo- Comportamental e Arteterapia

Palestras e Workshop motivacionais.

GRUPO DE ESTUDOS: "TCC e técnicas expressivas"

segunda-feira, 16 de junho de 2025

ENTRE MATÉRIA E IMAGINAÇÃO: O DIÁLOGO ENTRE VIK MUNIZ E A ARTETERAPIA

Por Débora de Castro

@deborarteterapia

 

A frase do artista Vik Muniz, "De longe vê-se a imagem, a ideia. Ao aproximarmos, vemos o material. Este é o momento mágico quando uma coisa se transforma em outra", essa fala do artista, nos convida a refletir sobre a complexidade e a beleza do processo criativo. No documentário Lixo Extraordinário, essa perspectiva se torna ainda mais impactante ao vermos materiais descartados ganharem nova vida e significado por meio da arte.

 


Documentário – Lixo Extraordinário

Essa citação que  Muniz descreve no documentário, também é essencial no contexto da Arteterapia. Quando um participante começa a criar, ele muitas vezes parte de uma ideia ampla e difusa, algo que, à distância, parece ser apenas uma imagem ou sensação. Mas, à medida que mergulha no processo, o material seja tinta, papel ou outros elementos,  revela histórias, emoções e significados escondidos. É nesse encontro íntimo entre a ideia e a matéria que surge a transformação: o ordinário se torna extraordinário, e o processo de criação se torna um espelho da própria jornada de autodescoberta.

No setting terapêutico, esse "momento mágico" descrito por Muniz ocorre quando a criação artística transcende sua forma física e dá lugar a descobertas emocionais e psicológicas. Um pedaço de papel amassado pode revelar sentimentos de desapego ou renovação; uma combinação de cores pode expressar estados de espírito muitas vezes difíceis de verbalizar. O material, assim como os resíduos no filme, carrega o potencial de transcender seu significado inicial, oferecendo novos olhares e narrativas.

Esse processo nos ensina que, no espaço terapêutico, não buscamos apenas a "imagem", mas o diálogo íntimo entre o participante e o material. É nesse espaço de encontro e criação que reside o poder transformador da Arteterapia, onde o ordinário se torna extraordinário e onde uma nova compreensão de si mesmo pode emergir. A mágica, portanto, está na transformação, tanto do material quanto do ser humano que o molda.

Assim como no trabalho de Vik Muniz, a Arteterapia nos ensina que a transformação não ocorre apenas na obra final, mas principalmente no percurso, nos detalhes que enxergamos ao nos aproximarmos de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. Cada material, por mais simples ou descartado que pareça, carrega o potencial para algo novo,  seja uma obra de arte ou um insight profundo.

Esse é o poder da criação: enxergar além da superfície, aproximar-se com curiosidade e permitir que a magia aconteça.

Concluindo a reflexão sobre o documentário com a Arteterapia, penso que  aplicar as inspirações do documentário no setting terapêutico, encontramos a possibilidade de dar novos sentidos a materiais simples ou descartados, enquanto resgatamos narrativas pessoais e promovemos a reconstrução de identidades. Assim, Lixo Extraordinário reforça que a verdadeira transformação ocorre quando nos permitimos olhar para o ordinário com novos olhos, enxergando nele o potencial para algo extraordinário.

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Sobre a autora: Débora Castro



Sou Débora de Castro, educadora apaixonada pelo poder da arte e do conhecimento. Graduada em Pedagogia e Educação Artística, com pós-graduação em Psicopedagogia e Educação Especial e Inclusiva, sigo aprofundando minha jornada acadêmica como graduanda em Psicologia.

Com formação em Arteterapia (AARJ/1411), atuo há mais de 28 anos na área da Educação, compartilhando saberes como professora de Artes Visuais e História da Arte. Atualmente, dedico-me à coordenação de um grupo de Arteterapia para Mulheres e à condução de oficinas arte terapêuticas, tanto no formato online quanto presencial.