segunda-feira, 26 de junho de 2023

O ADOLESCENTE NA VIRTUALIDADE DA PSICANÁLISE: APRESENTAÇÃO DE LIVRO



Por Igor Capelatto

capuccinoprod@gmail.com

Instagram @igorcapelatto

“O adolescente na virtualidade da psicanálise” nasce de uma pesquisa teórico-prática fundamentada nos estudos durante minha formação (Cefas, Campinas, SP) e ao longo das observações clínicas dos atendimentos de adolescentes, uma das especificidades que me propus atuar. A adolescência, apesar de termo, nesta estrutura das fases do desenvolvimento humano, como uma etapa da vida psicossocial e fisiológica, ser aplicado desde o século XIX, ainda hoje, compreender a adolescência ainda é algo um tanto misterioso. Alguns comportamentos e mudanças corporais ainda permeiam desde que adolescente é adolescente, mas com as transformações sociais, culturais, tecnológicas, dentre outras,        o modo de ser do adolescente vai modificando. O olhar do adolescente pelo ponto de vista de um adulto é um tanto comum, seja do pai, da mãe, sejam dos professores nas escolas, sejam dos profissionais que cuidam do adolescente (médicos, terapeutas), seja da sociedade de modo geral. Durante os atendimentos clínicos, ao longo desta pesquisa, observei um abismo entre o adolescente e os adultos. O que havia de falta ali na comunicação? Percebi que pouco se fala do adolescente pelo próprio adolescente. Falar na linguagem do adolescente, entender a linguagem do adolescente.

Entender as necessidades do adolescente da contemporaneidade, seu lugar, sua fala, seus gestos, seus desejos, seus medos e suas angústias. O que os adolescentes mais relatam é o incomodo da frase “isso é coisa de adolescente” como se fosse uma teimosia, ou como se fosse algo que o adolescente exagera. Os conflitos internos do adolescente sendo colocados como se fossem algo superficial e de fácil superação. No entanto, é uma das fases, senão a fase mais difícil de se viver: parece prazeroso sair com amigos, curtir uma baladinha, ir ao cinema, um lanche, namorar... mas as cobranças e mudanças são tão intensas que as angústias muitas vezes cobrem todo esse lugar do prazer e da elaboração e desejos. Entrar na adolescência é perder a infância, é deixar de lado tantas ofertas de cuidado, tantas regalias, e ter que começar a fazer tantas coisas que antes tinham alguém para fazer. É ter que lidar com um corpo estranho a cada dia, a cada mudança, hormônios borbulhando, mudanças sociais, do brincar para um lugar dos estudos e do pensar na vida adulta. É uma fase onde se vive a dor da perda do passado e a angústia, as incertezas e portanto o medo do futuro, sem espaço, muitas vezes para viver o presente. Os quadros depressivos começam a crescer conforme as demandas atuais começam a cobrar mais e mais, muitas vezes cobrando além do que a adolescência deveria ser cobrada, ocupando o lugar do adolescente de ser adolescente. Consequentemente, temos observado a crescente procura por profissionais da saúde mental, para atendimento dos adolescentes. Às vezes por orientação da escola, na maioria por pais preocupados com os comportamentos dos filhos. Mas comportamentos estes que começam a chamar atenção quando se tornam “crônicos”. Quando não querem mais comer, quando começam a faltar na escola ou ir mal nos estudos, quando param de falar com seus familiares ou deixam de lado os vínculos sociais, quando se envolvem com bebidas, drogas, se cortam, tentam suicídio.

Outra situação que nos dias atuais tem preocupado é a demanda da virtualidade, as redes sociais, os programas de conversa, os sites de vídeos, que tem ocupado a maior parte do tempo, da atenção dos adolescentes. Alguns comunicam com seus pais, dentro da própria casa, apenas pro mensagens de texto, o mesmo com colegas, namoros, e a até mesmo em parte das atividades escolares (o que intensificou com a pandemia e a reclusão da quarentena onde os estudos se tornaram online). Muitos conteúdos e muito sujeito perverso na internet atingindo o emocional destes adolescentes que desamparados começam a buscar na virtualidade um lugar de pertencimento. Pensando e pondo em prática o atuar da virtualidade surgiu um paradoxo nesta pesquisa que foi o ponto importante para propor em escrever o conteúdo que, adaptado para uma linguagem coloquial, se transformou em um livro pela editora Papirus, com intuito de orientar os pais e os próprios adolescentes. E, com um destaque maior os psicanalistas (e psicólogos). E, um dos pontos importantes que se tornou destaque na pesquisa, foi o atendimento online dos adolescentes. Com a pandemia e a quarentena, os atendimentos psicanalíticos se tornaram online por meio de aplicativos de videochamada. Mas como colocar o adolescente diante do computador ou celular, sem a dispersão, mantendo-o na análise, e pensando neste novo setting terapêutico (a sala do analista agora seccionada entre o escritório do home-office e a casa do paciente), neste novo mecanismo de comunicação a distância, sem a presença física. Em casa, o pai, a mãe, os irmãos, a empregada, a vó, a tia, o papagaio, o cachorro, estão todos lá e a dinâmica precisa ser mudada para que a análise possa acontecer. Dentre esta e muitas outras questões, as preocupações em pensar essa nova clínica e esse novo olhar sobre o adolescente estão de maneira pratica apresentadas ao longo dos capítulos deste livro, que foi estruturado de modo a mesclar tanto a parte clínica do profissional quando o lugar da família, do pai, da mãe e o lugar do próprio adolescente, de modo que todos possam desfrutar deste tema (a adolescência) e da relação com essa demanda da virtualidade. 

O livro está a venda em todas as plataformas de venda de e-book, no formato epub que pode ser lido pelo Kindle ou por aplicativos gratuitos para celular ou computador ou tablet de leitura de livros digitais.


O Adolescente na virtualidade da psicanálise

Autor: Igor Alexandre Capelatto

Ano: 2023

Editora Papirus

Formato: E-Book

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Sobre o autor: Igor Alexenadre Capelatto



Mestre e Doutor em Multimeios pela Unicamp, Psicanalista Clínico e Professor. Ministra disciplinas em curso de psicanalise e arteterapia. Palestrante. Colaborador do Instituto Shakespeare do Brasil, Casa da Crítica e Casa Papagaio. Colunista do site da Band.


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