Juliana Ohy - SP
julianaohy@gmail.com
Site: www.julianaohy.com.br
Quando ainda estava pensando sobre que
tema escrever, coincidentemente ou não, começaram a surgir comentários e
dúvidas de pacientes, artigos e reportagens sobre, além de outros estímulos. Aí
pensei: “Talvez seja importante escrever
sobre ela: A autoestima”.
Um hábito que tenho é, sempre que inicio um
novo tema, dou o start pela
etimologia do termo ou da palavra.
Assim, autoestima
é uma palavra originária do grego e do latim, onde AUTÓS (grego) significa A SI
MESMO e AESTIMARE (latim) significa VALORIZAR, APRECIAR.
Do dicionário:
Autoestima é “característica da pessoa que se valoriza,
estando satisfeita com sua maneira de ser, com sua forma de pensar ou com sua
aparência física, expressando confiança em suas ações e opiniões: o aumento da
autoestima pode melhorar a qualidade de vida”.
Segundo teorias da psicologia, autoestima
é um componente do processo de desenvolvimento e maturação da personalidade,
sendo construída a partir da interação social.
Muitos fatores estão ligados a
autoestima de forma positiva: senso de identidade, papel social que
desempenhamos, valores, experiências vividas, conquistas. Mas também alguns
fatores podem influenciar negativamente, tais como: fracassos, auto percepção
(influenciada pelo julgamento que faz da percepção do outro sobre você),
rejeição, humilhação.
A velhice é um momento em que a
interação social, naturalmente, fica mais escassa, seja pela falta de atividade
na rotina, seja porque o idoso já não sente que tem um papel social importante
a cumprir (e a nossa sociedade infelizmente ainda acredita nisso). Além disso,
a perda de entes queridos próximos e prejuízos físicos e cognitivos, afastam o
idoso da imagem real do que ele sempre foi. Essa diminuição significativa da
interação social na velhice pode acarretar em graves prejuízos na autoestima.
Mas
onde está a autoestima no nosso cérebro?
A autoestima está localizada entre áreas
límbicas e o córtex frontal do cérebro. Toda a rede neural associada à
autoestima é construída através da linguagem, da reflexão e de experiências
anteriormente aprendidas (CHEDID, 2017).
“O
principal objetivo do nosso cérebro é manter-se vivo, e isso inclui a
manutenção de um sentido positivo do Eu. Todos queremos ser alguém validado
pelos outros e isso só será possível se tivermos segurança emocional e uma
autoestima autêntica” (CHEDID,
2017).
Um estudo publicado sobre níveis de
autoestima e performance cognitiva aponta que pessoas inseridas em ambientes
com estímulos apresentam melhores índices de autoestima e a interação ambiental
exerce papel relevante no comportamento dos idosos. Assim, as atividades
realizadas através do grupo de convivência contribuem para uma melhoria das
capacidades cognitivas, aumentando os níveis de autoestima (PORTO et al, 2011).
Na Arteterapia, ao entrar em contato com a
arte, temos a ampliação da consciência física e mental, facilitando o
autoconhecimento, autoconfiança e resgatando a autoestima, possibilitando que o
indivíduo ressignifique a própria vida.
O que é muito importante sabermos é
que com o envelhecimento, os sistemas neurais são sim alterados, mas não são os
únicos responsáveis pela performance cognitiva do idoso; o ambiente exerce
papel relevante no comportamento desses indivíduos e na autoestima.
Consequentemente, com uma boa interação
social, atividades que estimulem a criatividade e a autoconfiança, através da
Arteterapia, há o surgimento de novas conexões neuronais, contribuindo para um
envelhecimento saudável, com idosos mais confiantes e um cérebro mais ativo.
Referências Bibliográficas
CHEDID, Kátia. O que a neurociência tem a
dizer sobre a autoestima em tempos de “baleia azul” e “13 reasons why”. InfoGeekie,
2017. Disponível em: < http://info.geekie.com.br/neurociencia-autoestima/.
PORTO, Ivalina et al.
Correlação entre níveis de autoestima, performance cognitiva e de memória em
idosos: uma visão ecológica. AMBIENTE & EDUCAÇÃO-Revista de Educação
Ambiental, v. 15, n. 1, p. 187-206, 2011. Disponível
em: < https://furg.emnuvens.com.br/ambeduc/article/view/993/923.
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Sobre a autora: Juliana Ohy
Formação:
Psicóloga,
Neuropsicóloga, Arteterapeuta, Psicopedagoga, Especializada em Psicogeriatria e
Mestre em Saúde Mental e Doutoranda em Ciências da Saúde.
Área
de atuação/projetos/trabalhos:
Fundadora
do Synapse: Centro de Estimulação Cognitiva. Autora do livro: Jogos Cognitivos:
Um olhar multidisciplinar pela editora WAK. Professora dos cursos Arte e
Cognição: Estimulando o cérebro através da arte e Jogos Cognitivos. Membro
da equipe e professora do curso Neurociências da Educação do CBI of Miami. Palestrante
na área de Neurociências, Gerontologia e Arteterapia.
Autora do livro "Jogos Cognitivos: um olhar multidisciplinar"
Disponível para compra AQUI
Parabéns querida Juliana Ohy pelo belo tema e texto.
ResponderExcluirParabéns Eliana pela ideia do blog.
Abraço,
Luciana Machado
Maravilhoso. Juliana Ohy é uma inspiração. Obrigada ao blog por proporcionar isso <3
ResponderExcluirMaravilhoso. Juliana Ohy é uma inspiração. Obrigada ao blog por proporcionar isso <3
ResponderExcluirCris de Oliveira