Por Vera de Freitas (RJ)
verafguimaraes@gmail.com
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Para o curso de formação
clínica em Arteterapia, é necessário a
escolha de uma linguagem para estudo e apresentação de projeto pessoal. Durante
o curso conhecemos e experimentamos diversas linguagens e materiais.Defini a
linguagem que estudaria para o meu projeto durante a aula de confecção de
personagens, usando a massa de PAPEL MACHÊ
semipronta (industrializada). Nesta aula descobri a necessidade de
estrutura para modelagem. E descobri também que este seria meu grande desafio: conhecer
algo que sempre me interessou e entender sua importância terapêutica.
Sempre soube que
seria necessário mais do que receitas e dicas, facilmente encontradas na internet,
para a produção de um bom trabalho. E
por isso, produzia peças com a técnica do empapelamento, papietagem, ou PAPEL
COLLÉ, também considerado um tipo de
PAPEL MACHÊ, pelo seu resultado.
Sendo o PAPEL
COLLÉ, a colagem sucessiva de lâminas de
papel, significa revestir de papel,
sobrepondo camadas com cola.
Tive a sorte e a
oportunidade de fazer um curso prático, a tempo de orientar meu projeto, com a
artista plástica Carol W. Cunha de Porto
Alegre. Conhecer a linguagem e aprender
o PAPEL MACHÊ, que sempre me interessou
e me encantou foi meu grande desafio. Estudei, pesquisei, experimentei, planejei,
criei. E quanto mais criava, mas queria criar. Foi um desafio apaixonado. Fazer
PAPEL MACHÊ é criar, crescer, planejar, estruturar, renovar
e transformar.
A LINGUAGEM :
O PAPEL MACHÊ
é uma técnica de modelagem bastante rica
no que diz respeito aos métodos de
confecção tanto da massa como dos
produtos criados com esta. É uma arte
milenar, tendo como insumo principal o papel (reciclado), e suas
principais características são a versatilidade, resistência e durabilidade.
Depois de seca, a
massa possui propriedades da madeira. A massa
do PAPEL MACHÊ é utilizada para cobrir superfícies, quase uma
pele, e por isso é necessário uma boa
estrutura como base.
A palavra PAPIER MÂCHÉ
tem origem francesa e significa papel picado, amassado e esmagado. Embora a palavra seja de origem francesa, o
PAPIER MÂCHÉ foi inventado na China, e remonta à descoberta do papel por volta de dois séculos antes de Cristo. A
história do PAPEL MACHÊ está intimamente relacionada com a própria história do
papel, seu principal insumo. E apesar dos chineses terem descoberto o papel e
sejam considerados os precursores do PAPEL MACHÊ, foi através dos franceses que essa arte se
difundiu.
São duas as
possibilidades de confecção da produção
de peças em PAPEL MACHÊ: a colagem
sucessiva de lâminas de papel sobrepostos (PAPEL COLLÉ) e a pasta de papel para
modelagem (PAPEL MACHÊ).
Existem
inúmeras receitas e formas de se chegar
a esta massa, e fazer a modelagem,
contudo o exercício continuado, a prática da técnica pode nos levar a um material mais
fácil e adequado para a proposta pessoal.
É possível também fazer a massa com vários tipos de papel
(jornal, folhas de sulfite, caixas de
ovos, papelão, papel higiênico…) e de maneiras diferentes, com texturas e
resultados também diferentes. É uma técnica interessante também no aspecto de seu custo baixo, pela
versatilidade e por sua produção
ser ecologicamente correta, usando materiais que seriam
descartados, e com isso, evitando o
aumento do lixo de materiais de difícil decomposição, como plástico, embalagens, garrafas pet etc.
A MODELAGEM:
Esta é uma
atividade basicamente sensorial, por ser
trabalhada com as mãos, proporcionando a estruturação da desordem à
organização. Trabalha também com a psicomotricidade, pois requer articulações
excessivas das mãos, além da sensação
tátil que fornece um diálogo com a imagem que está sendo criada.
É uma linguagem
com experiências de volume e tridimensionalidade, trazendo desafios de organização espacial,
planejamento e capacidade de formar estruturas, mantendo o equilíbrio e
intensificando a experiência com o tato
e com as sensações, além de ativar processos de observação e criatividade, reaproveitamento de materiais, exercitar a
paciência e delicadeza.
Essa atividade
é recomendada para pessoas muito
rígidas, já que o contato muscular das
mãos acarretam no relaxamento e liberação de tensões. Há uma troca de energia
entre as mãos e a massa, a técnica exige uma canalização adequada de
energia, por partir do nada para a
criação de algo. Pode ainda ser este um
primeiro passo para outras linguagens
como pintura, colagem etc.
Assim, ao
trabalhar com modelagem em PAPEL MACHÊ,
criando e dando forma a algo, com o amassar, mudar e criar, podemos dar forma a
imagens que emergem do inconsciente e
com isso compreender e assim ordenar, configurar e ressignificar.
Jung acreditava
que o homem poderia organizar seu caos interior através do processo
criativo fazendo aflorar aspectos
inconscientes, através da linguagem simbólica,
de forma organizada através das atividades de artes. Isto é dar concretude às imagens do seu interior,
podendo resultar uma transformação
interna e melhorar sua relação com seu ambiente.
A atividade de modelagem
pode ser definida como uma atividade de um corpo que faz outro corpo. E em Arteterapia, acreditamos que ao transformar a massa, atribuindo - lhe significado,
analogamente processos de transformação subjetivas ocorrem na pessoa que
a manipula.
Caso você tenha se identificado com a proposta do “Não palavra abre as portas” e se sinta motivado a aceitar o nosso convite, escreva para naopalavra@gmail.com
Assim poderemos iniciar nosso contato para maiores esclarecimentos quanto à proposta, ao formato do texto e quem sabe para um amadurecimento da sua ideia.
Assim poderemos iniciar nosso contato para maiores esclarecimentos quanto à proposta, ao formato do texto e quem sabe para um amadurecimento da sua ideia.
A Equipe Não Palavra te aguarda!
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Advogada,
Arteterapeuta (POMAR)
Cursando Pós
Graduação em Arteterapia (POMAR)
Administradora do
Instituto VENHA CONOSCO - Tijuca, RJ
Professora de
Iniciação Artística - Instituto ZECA PAGODINHO
Facilitadora do
Grupo de Arte e Expressão para adultos e
Grupo de Desenho Livre.
Ateliê de PAPEL MACHÊ
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