segunda-feira, 20 de março de 2023

DA PSICOLOGIA ANALÍTICA À ARTETERAPIA: INTROVERSÃO E EXTROVERSÃO

 


Imagem: Renê Magritte

Por Eliana Moraes – MG

naopalavra@gmail.com

Ao longo de 2022 o ciclo de palestras promovido pelo Não Palavra em parceria com o Espaço Crisântemo se consolidou como um grupo de estudos que, apesar de um formato aberto, se tornou um grupo consistente e coeso quanto aos participantes e um fluxo de estudos com seu fio condutor. Um dos aspectos estudados nesse período foi o desenvolvimento da escuta arteterapêutica frente aos acontecimentos históricos presentes e suas especificidades. Percebemos que ainda estamos construindo literaturas próprias ao contexto atual, sendo assim, um tempo para resgatarmos embasamentos teóricos tradicionais e atualizarmos nossa leitura para o que temos de específico na atualidade.

Gosto de tomar como inspiração a fala de Edza Pound que defende que os artistas são “antenas da raça” ao captarem os movimentos humanos e os constelarem em expressões artísticas acessíveis ao seu tempo. Entendo que nós arteterapeutas somos participantes desse dom, ao nos apropriarmos, cada  vez, mais de nossa sensibilidade artística, enquanto nos oferecemos em atenção e cuidado, como terapeutas,  aos seres humanos inseridos nesse movimento coletivo.

Neste contexto, um dos estudos desenvolvidos em nosso ciclo de palestras foi pensar os caminhos do fenômeno pandemia e a escuta terapêutica a partir de algumas teorias psicológicas, dentre elas a Psicologia Analítica. Os parceiros que acompanham o desenvolvimento do meu trabalho sabem que tenho por estilo transitar entre as variadas teorias, por entender que cada uma delas ilumina algum aspecto específico da complexidade humana.

Considerando-me não uma expert, mas uma estudiosa continuada da teoria junguiana, entendo que conceitos da psicologia analítica se fizeram bastante instrumentalizadores da escuta e atuação terapêutica em 2022 - compreendendo também que esse estudo se aplica em tantos outros contextos. No texto de hoje trago uma síntese desse estudo compartilhado em uma palestra de 2022, porém que nos servirá de base em outros cenários clínicos e históricos.


Observações históricas e coletivas

Tomamos como ponto de partida o texto de James Hillman, de 2010, chamado “Intoxicação Hermética”, através do qual, o autor defende que:

Segundo a perspectiva da psicologia arquetípica, o fascínio com a troca entre os povos em toda parte, a hipercomunicação do globalismo, a ênfase no comércio e finanças, a instantaneidade oferecida pelos aparelhos eletrônicos, a compulsão de viajar – tudo isso indica o cosmos mítico de Hermes-Mercúrio, o deus veloz de asas nos pés, capacete de invisibilidade e pensamentos alados.

O globalismo parece uma overdose de Hermes, assim como a Era da Razão sofria de uma overdose de luz solar apolínea e um excesso da racionalidade normalizadora de Minerva...

Com a virada do século, um monoteísmo de Hermes nos aprisiona a todos...

A hipertrofia de Hermes preenche nossos dias com ansiedade apressada, temendo ficar para trás. Parece que nunca somos capazes de estarmos atualizados – o tempo é tão fugidio, a vida é tão rápida. Não podemos estar onde estamos e em vez disso vivemos em um futuro, nossas cabeças inclinadas para frente, nossos pés tentando calçar as sandálias aéreas do deus. Então vivemos nossas agendas, não nossos dias – nossos compromissos, não nossos ritmos. (HILLMAN, 2010)

O cenário descrito por Hillman como “hipertrofia de Hermes”, de agendas hiperativas  que, de alguma forma, nos aprisionava a todos, ajuda a compreender como era nosso cotidiano antes da pandemia. Até que a partir deste fenômeno, fomos impelidos a um LIMITE em nossas atividades, relações interpessoais e do repertório constituinte do nosso cotidiano.

Lembro de um pequeno texto que escrevi para as redes sociais do Não Palavra que sintetizava minhas percepções clínicas para aquele início de 2020:

A PSICOTERAPIA EM TEMPOS DE CONFINAMENTO

A orientação que recebemos e acatamos quanto ao isolamento social e confinamento tem promovido um desdobramento na dinâmica psicoterapêutica ao qual venho pensando. O empobrecimento do repertório e esvaziamento das dinâmicas exteriores faz com que o paciente tenha menos demanda terapêutica quanto às experiências extrovertidas. Consequentemente ocorre um maior investimento de energia psíquica “para dentro”, um movimento de introversão.  

Na escuta clínica isso aparece quando o paciente começa a acessar memórias antigas, sentimentos guardados há muito, questões existenciais e espirituais, aumento de relato de sonhos, diálogos com a própria sombra... Conhecedores deste fenômeno precisamos nós terapeutas nos instrumentalizar para esta escuta e manejo...

A início do fenômeno pandemia nos impeliu a um movimento de introversão, que naturalmente constelou-se na dinâmica dos processos terapêuticos.  Em um cenário com tantos limites e interditos exteriores, abriu-se um momento de grande potencial para caminho de autoconhecimento.


Conceitos Junguianos e a escuta clínica: Introversão e Extroversão

Retomamos então os conceitos de Introversão e Extroversão:

Jung acreditava que a introversão e a extroversão estão presentes em todos nós, mas que um tipo atitudinal é invariavelmente dominante. (SHARP, 1991, 63)

Qualquer atitude que existe na mente consciente, ou qualquer que seja a função psicológica dominante, o oposto está no inconsciente... (SHARP, 1991, 116)

 

Ou seja, a extroversão e a introversão são atitudes constitucionais. Em cada atitude há um interesse, que significa uma presença consciente, para onde se encontra o centro da atenção e investimento de energia psíquica. O interesse básico do extrovertido está sobre o objeto (entendido como um objeto externo, de forma ampla). Já o interesse básico do introvertido encontra-se no próprio sujeito.

Compreendido que existe a tipologia própria do sujeito, sabemos que ao longo de cada jornada de individuação, os eventos psíquicos (externos e internos) podem promover um reinvestimento de libido, também contrário da tipologia original.

Eis então a questão estudada pelo grupo: como os caminhos da pandemia afetaram o investimento de energia psíquica “para dentro” e “para fora” de cada sujeito? Partimos do estudo das tipologias e levantamos hipóteses sobre os caminhos possíveis.

Em seu Léxico Junguiano, Daryl Sharp define a Extroversão como um:

Modo de orientação psicológica no qual o movimento de energia é na direção do mundo exterior.

             A extroversão caracteriza-se pelo interesse pelo objeto externo, pela              responsabilidade e pela pronta aceitação dos acontecimentos externos,  pelo     desejo de influenciar e ser influenciado pelos acontecimentos, pela    necessidade de aderir e de ‘estar com’, pela capacidade de suportar o alvoroço e todo tipo de       barulho e considerá-los até agradáveis, pela   constante atenção dada ao mundo         circundante, pelo cultivo de amigos e          de relações nem sempre escolhidos com               cuidado, e finalmente, pela              grande importância atribuída à imagem com que nos mostramos. [JUNG]...

Embora todos sejam afetados pelos dados objetivos, os pensamentos do extrovertido, suas decisões e seu comportamento são por ele determinados. Os pontos de vista pessoais e a vida interior vêm em segundo lugar em relação às condições externas. (SHARP, 1991, 62-64) 

Aqui reside o aspecto sombrio característico da tipologia extrovertida:

Vive para os outros e pelos outros; tudo que seja íntimo lhe dá calafrios. Aí se ocultam os perigos, sendo mais convenientes que  sejam abafados              pelo barulho.     Se por acaso tiver um “complexo”, encontrará refúgio         social    e várias vezes por dia tratará     de assegurar-se que tudo está em ordem. [JUNG]...

A tendência do extrovertido de sacrificar a realidade interior às circunstâncias externas não será problema enquanto a extroversão não for muito extrema; mas, na medida em que se torna necessário compensar a inclinação à unilateralidade, surgirá uma tendência marcadamente autocentrada no inconsciente. Todas aquelas necessidades ou desejos que foram sufocados ou reprimidos pela atitude consciente voltam pela porta do fundo, sob forma de pensamentos e emoções infantis, que têm como centro a própria pessoa. (SHARP, 1991, 64-65)

Partindo do conceito teórico de Extroversão, podemos levantar as questões:

- Como viviam os extrovertidos antes da pandemia? Estariam em uma possível zona de conforto?

- Como se sentiram os extrovertidos durante a pandemia? Além da angústia coletiva, quais conteúdos singulares emergiram nas dinâmicas terapêuticas neste período? A prática mostrou-nos um desafiador caminho de introversão, alguns deles apresentando possíveis sintomas depressivos. Observamos o resgate de memórias antigas, sentimentos negligenciados, aspectos sombrios vindo à luz, o contato com questões existenciais e espirituais dentre outros.

- Como se sentiram os extrovertidos com o processo de retorno à extroversão? A teoria junguiana nos alerta sobre o caminho de compensação entre os opostos (abordado mais a frente), fazendo-nos sinalizar o ponto de atenção ao qual, na falta de autoconhecimento e elaboração do movimento de energia psíquica, haja um potencial movimento compensatório desenfreado de movimento “para fora”.

Quanto à tipologia Introvertida, Sharp define como:

Modo de orientação psicológica, no qual o movimento de energia é em direção ao mundo interior.

Todo aquele cuja atitude é introvertida pensa, sente e age de modo a demonstrar              claramente que o sujeito é o fator primário da motivação, e que o objeto é de importância secundária. [JUNG]

Uma consciência introvertida pode muito bem estar ciente das condições externas, mas não é motivada por elas. O introvertido extremo responde primariamente às impressões internas.  (SHARP, 1991, 99-100)

Esta renúncia para dentro de si mesmo não é uma       renúncia definitiva ao mundo, mas uma              procura                de quietude, pois somente nela lhe é possível fazer          sua contribuição à vida da comunidade. [JUNG]” (SHARP, 1991, 101)

Aqui me lembro dos versos de Mario Quintana ao descrever-se: “Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?” Eis um introvertido que se acolhe!

Entretanto, o aspecto sombrio da tipologia introvertida se encontra em sua resistência ao relacionar-se com a vida externa:

Em uma grande assembleia, sente-se perdido e solitário. Quanto maior a          multidão, maior se torna sua resistência. Não está de modo algum “com ela” e não tem nenhum prazer no ajuntamento entusiástico. Não se mistura bem. Tudo o que faz, o faz a seu modo, pondo barricadas contra a influência de fora... Sob   condições normais, é pessimista e preocupado, porque o mundo e os seres humanos não são nem um pouco bondosos, e sim o esmagam...

Seu mundo particular é um porto seguro, um jardim cuidadosamente protegido e              cercado, fechado ao público e aos olhares curiosos. Nada melhor do que sua      própria companhia. [JUNG]

A atitude introvertida tende a desvalorizar as coisas e as outras pessoas, negando sua importância. Daí, por via de compensação, a introversão extrema leva a um reforço inconsciente da influência do objeto. Esta se faz sentir como uma amarra, com as concomitantes reações emocionais em relação às circunstâncias externas e às outras pessoas… (SHARP, 1991, 99-101)

Partindo do conceito teórico de Introversão, podemos levantar as questões:

- Como viviam os introvertidos antes da pandemia? Qual ou quais era(m) seu(s) desconforto(s)?

- Como se sentiram os introvertidos durante a pandemia?

Observamos na clínica que pacientes introvertidos sentiram-se autorizados e legitimados em seu desejo de introversão, permanecendo em alguma zona de conforto quanto ao isolamento e redução de repertório externo.

- Como se sentiram os introvertidos com o processo de retorno à extroversão?

A escuta terapêutica mostrou-nos um processo bastante desafiador aos intrvertidos, causando-lhes angústias, sintomas de ansiedade e sintomas psicossomáticos bem como sinais de evitação social, por vezes atingindo o estágio de fobia social. Este cenário é muito bem descrito por Jung, quando traduz o esforço do introvertido para o exterior:

Estes esforços veem-se constantemente frustrados pelas impressões avassaladoras recebidas do objeto; este continuamente impõe-se a ele contra sua vontade, fazendo surgir nele os mais desagradáveis e intratáveis afetos, perseguindo-o a cada passo. Uma tremenda luta interior se faz necessária a cada passo para “continuar em frente”. (JUNG in SHARP, 1991, 101)

 

Conceitos Junguiandos e a escuta clínica: os opostos e outros conceitos

Um dos pilares que embasam a Psicologia Analítica está na tensão dos opostos entre luz e sombra, consciente e inconsciente. Na definição de Daryl Sharp:

Qualquer atitude que existe na mente consciente, ou qualquer que seja a função psicológica dominante, o oposto está no inconsciente...

O conteúdo reprimido deve tornar-se consciente, de modo que produza          uma      tensão de opostos, sem a qual nenhum movimento ulterior será          possível. A           mente consciente está no topo, a sombra, abaixo; é assim    como o alto        sempre anseia pelo baixo, e o calor pelo frio, do mesmo     modo, toda consciência, talvez sem estar disto ciente, busca seu oposto          inconsciente, sem o qual está condenada à estagnação, congestão e ossificação. A vida        nasce apenas da fricção dos opostos. [JUNG]

Isto, por sua vez ativa o processo de compensação...

Um certo grau de tensão entre a consciência e o inconsciente é inevitável e necessário. Por isso, a finalidade da análise não é eliminar a tensão, mas compreender o papel que ela desempenha na autorregulação da psique. Além disso, a assimilação de conteúdos inconscientes faz com que o ego se torne responsável por aquilo que estava previamente inconsciente. (SHARP, 1991, 116)

Nestas citações surgem outros dois conceitos estruturais da teoria junguiana: a compensação e a autorregulação, aos quais também nos cabe compreender a definição:

Compensação: um processo natural para estabelecer ou manter o equilíbrio dentro da psique.

          ... Os conteúdos que são excluídos e inibidos pela direção             escolhida mergulham    no inconsciente, onde formam um           contrapeso à orientação consciente... [JUNG]

Na neurose, em que a consciência é unilateral ao extremo, a meta da  terapia analítica é a realização e a assimilação de conteúdos inconscientes, de modo que a compensação possa ser restabelecida. (SHARP, 1991, 36-37)

 

Autorregulação da psique: conceito baseado no relacionamento compensatório que existe entre o consciente e o inconsciente... O processo de autorregulação está continuamente atuando dentro da psique. E só se torna perceptível quando a consciência do ego tem uma dificuldade específica em adaptar-se à realidade interior ou exterior. (SHARP, 1991, 33)

Estudamos aqui a dinâmica dos opostos de forma ampla, aplicada nos variados aspectos contidos no psiquismo. Neste texto, aplicamos o estudo desta dinâmica no eixo extroversão-introversão. E assim chegamos a mais um conceito junguiano norteador do processo terapêutico, a adaptação:

Processo através do qual, por um lado, chegamos a um acordo com o mundo exterior, e por outro, com nossas próprias características psicológicas...

Em seu modelo de tipologia, Jung descreveu dois modos de adaptação substancialmente diferentes: introversão e extroversão. Jung também ligou os fracassos na adaptação ao surgimento da neurose.

A perturbação psicológica da neurose e a        própria neurose podem ser        definidas              como um ato de              adaptação que fracassou. [JUNG] (SHARP, 1991, 13-14)

 

Através desse estudo, podemos articular sobre os caminhos de formações de neuroses individuais de sujeitos que vivenciaram os anos pandêmicos e possíveis atuações terapêuticas sobre eles. Porém esta não é uma dinâmica apenas individual, mas age também no coletivo.

Para além dos opostos introversão-extroversão, sabidamente hoje vivemos em uma época em que está intaurado do fenômeno da polarização em diversos aspectos. E aqui a Psicologia Analítica também embasa e dá sentido ao nosso ofício, quando defende que trabalhar com os opostos na esfera individual se faz uma grande contribuição à esfera coletiva:

Jung acreditava, além disso, que todo aquele que tenta resolver o problema dos opostos no nível pessoal, está fazendo uma significativa contribuição para a paz no mundo.

A regra psicológica diz que       quando uma situação   interior não se torna      consciente, ela acontece          fora, como destino. Isso equivale a          dizer que quando o indivíduo              permanece indiviso e não se torna           consciente de seus          opostos íntimos, o mundo deve à força atuar o conflito, e dilacerar-se em metades opostas. [JUNG] (SHARP, 1991, 116)

 

Da Psicologia Analítica à Arteterapia

A partir do estudo dessa teoria que tanto nos embasa como arteterapeutas, é necessário pensarmos na contribuição arteterapêutica em suas especificidades. Neste sentido compartilho com o leitor um esquema de minha autoria, criado grupo de estudos, ao qual venho trabalhando nos últimos anos.

Neste esquema é ilustrado os os movimentos de introversão e extroversão de forma adaptada e também em seus aspectos sombrios. Mas ilustra o potencial da arte em proporcionar um movimento de autorregulação: quando extrovertido, ao criar, o sujeito é convidado a olhar para si, seu processo criativo e formações de imagens pessoais; quando introvertido, ao criar, o sujeito é convidado à dar forma, dar visitibilidade e externar seus conteúdos internos.



Esquema: autoria de Eliana Moraes

Meu desejo é que cada vez mais nós arteterapeutas possamos buscar os diversos embasamentos teóricos que podem nos orientar, mas nos apropriando daquilo que nos é específico. E assim, possamos acolher os sujeitos que procuram a Arteterapia propriamente dita, para seus movimentos de autorregulação.

 

 

Referências Bibliográficas:

HILMAN, James. Intoxicação Hermética. 2010

SHARP, Daryl. Léxico Junguiano.

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Sobre a autora: Eliana Moraes



Arteterapeuta e Psicóloga
Pós graduada em História da Arte
Especialista em Gerontologia e saúde do idoso.
Cursando MBA em Logoterapia e Desenvolvimento Humano
Fundadora e coordenadora do "Não Palavra Arteterapia".
Escreve e ministra cursos, palestras e supervisões sobre as teorias e práticas da Arteterapia. 
Faz parte do corpo docente de pós-graduações em Arteterapia: Instituto FACES - SP, CEFAS - Campinas, INSTED - Mato Grosso do Sul. 
Atendimentos clínicos individuais e grupais em Arteterapia online, sediada em Belo Horizonte, MG. 

Autora dos livros "Pensando a Arteterapia" Vol 1 e 2

Organizadora do livro "Escritos em Arteterapia - Coletivo Não Palavra"

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