segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Bardot, Individuacão e o SoulCollage®


Por Andrea Goulart de Carvalho – BH/MG
goulart17@hotmail.com

“Olha procê ver”!

Olha procê ver! É um jeitinho que, nós mineiros, usamos para começar a contar um caso. Como não fujo às minhas origens...olha procê ver o meu caso: Me entendo por artista desde muito pequena, quando tive uma “obra” reconhecida, pela família, é claro! A dita obra foi um desenho de uma artista de cinema, Brigitte Bardot, copiada de uma revista e desenhada, com giz branco, na lousa do quarto de estudos, onde meus irmãos estudavam e eu brincava. Eu tinha menos 5 anos de idade. Ah! Esta menina é uma artista! Ouvi de meus pais, depois desta e de mais algumas outras “obras”.
O prazer de desenhar e os elogios sobre a minha aptidão me fizeram desejar fazer arte para o resto da vida. Acreditei e decidi, entre gizes e lousas: - Serei uma artista!
O tempo foi passando e eu, a menina desenhista, não sei exatamente porque, como e quando, comecei a colecionar imagens retiradas de revistas. Selecionava e guardava as figuras separadas por temas - bichos, gente, coisas, etc..
Não sabia o que faria com a minha coleção, mas tinha o maior zelo com ela.
Cresci. Estudei artes plásticas, formei em desenho e gravura e a coleção de figuras aumentou. Primeiramente as figuras se prestaram como material de exercício técnico e criativo, para alguns trabalhos pessoais. Num segundo momento, durante muitos anos, foram utilizadas com os alunos do curso de desenho e pintura que ministrei.
Contingências fizeram que as pastas com as imagens ficassem guardadas por um tempo, nunca esquecidas, até que, aquela menina que tinha vontade de desenhar e de ser artista, colecionadora apaixonada por suas imagens, pode reativar a força de sua coleção e esta revelou uma outra função, talvez a verdadeira vocação da coleção, numa atividade de aprendizagem e autoconhecimento, prazer e satisfação, o estudo e a prática do processo do SoulCollage®.
Assim, o nosso mineiríssimo olha procê ver! ficou mais forte e trouxe mais sentido ao tema que me proponho a tratar aqui, a questão do que estava escrito nas estrelas, a sensação de estar no caminho certo e esta coisa da qual ninguém escapa, o Processo de  Individuação.
A Individuação, aqui simplificadíssima, é a forma que conseguimos distinguir uma coisa das outras coisas. É o desenvolvimento do processo onde a personalidade, em conjunto com as nossas experiências, tem a possibilidade de numa integração onde tudo, ou boa parte do tudo, funcione de maneira a permitir que a pessoa possa se situar e viver em sua comunidade, exercendo suas atividades da forma mais completa possível.
Quem disser que viver e individuar é fácil estará enganado ou não vive nesta terra! Pode ser que viva nas estrelas! Isto, na minha visão, é muito positivo.
O processo de individuação começa no nascimento ou antes, vai se desenvolvendo, sutilmente, à medida que aprendemos coisas sobre as coisas, sobre a vida e as pessoas, os acontecimentos do mundo, bem devagarinho, pelo caminho do amor. Outro jeito de individuar é quando chega um dia, aquele momento da vida, que a necessidade do processo de individuação fica realçada por alguma mazela. Aí o caminho é pela dor.
De uma forma ou de outra, vamos querendo e precisando entender o que somos, a que viemos e para onde iremos. Não tem idade certa, sexo, crença, cor. Todos viveremos a individuação.
Na infância pensamos ou não pensamos em nada do tipo, é hora de aprendizados, de formar valores. Na adolescência tudo parece tão simples, é a hora do desencana. Tudo está tão distante. Envelhecer (individuar) é para velhos.
Já adultos a coisa começa a modificar. Responsabilidades, desafios e resoluções dão os tons e formatos para continuarmos nossas vidas.

Qual será nosso futuro?

Estes questionamentos mexem lá no fundo da alma da gente. Chegamos neste mundo com muitas possibilidades, inatas e prontinhas para serem vividas. A natureza é perfeita e harmônica! Animais, plantas, os elementos, cada um com as suas funções, que cumprem perfeitamente!
Mas, nós os humanos, temos uma coisa a mais no nosso pacote, o dom da complicação! A negação ou falta de visão destas possibilidades são parte deste dom da complicação e nos faz sofrer e adiar a individuação, o atingimento da totalidade de nossa existência, da nossa consciência. Esta é uma das causas dos sofrimento e das patologias físicas e psíquicas.
Existem muitas formas de individuar. Varias correntes, segmentos na filosofia e da psicologia.
Uma  das formas para a individuação é a assimilação do seu tipo psicológico e a suas quatro funções - sensação, pensamento, intuição e sentimento, conceitos da psicologia analítica, que nos ajudam a compreender e aceitar a nós mesmos e aos outros. A maioria de nós não teremos este aprofundamento na teoria Junguiana, mas poderemos permitir, de tantos outros modos que nossos dons se manifestem e que deles possam surgir e surtir efeitos de aceitação e compreensão sobre nós mesmo e de auto realização, que nos leverão ao nosso destino, a Opus Magna dos alquimistas.

E esta tal de Opus Magna? Como faço isto?
Eu sou suspeita para indicar porque a minha paixão é o SoulCollage®. Com certeza será lindo, prazeroso, muito profundo, facilitador e revelador.


E, como no SoulCollage®, se perguntar e fizer a carta, lá do fundo a alma vem a resposta - E esta tal de Opus Magna? Como faço isto?

Entenda, aceite, receba e agradeça Bardot! Aceite, renove reacenda seu amor por você, pelo seu dom e acredite no que está escrito nas estrelas! Seu caminho está no seu traçado e te levará à sua rosa de ouro.



Meu amor estava escrito nas estrelas. Tava sim

Tetê Espindola/1985


Você pra mim foi o sol
De uma noite sem fim
Que acendeu o que sou
E renasceu tudo em mim

Agora eu sei muito bem
Que eu nasci só pra ser
Sua parceira, seu bem
E só morrer de prazer

Caso do acaso
Bem marcado em cartas de tarôt
Meu amor, esse amor
De cartas claras sobre a mesa
É assim
Signo do destino
Que surpresa ele nos preparou
Meu amor, nosso amor
Estava escrito nas estrelas
Tava, sim

Você me deu atenção
E tomou conta de mim
Por isso minha intenção
É prosseguir sempre assim
Pois sem você, meu tesão
Não sei o que eu vou ser
Agora preste atenção
Quero casar com você

Retomando o mineirismo, regado pelo olha procê ver! e acreditando totalmente nos processos de individuação e do SoulCollage®, retomo resumindo o meu caso: Eu menina, desenho uma figura na lousa e desperto um dom que veio no meu pacote. Começo a guardar figuras de revistas, sei lá para o que e, alguns (alguuuuns) anos depois estas figuras me levam ao mundo do inconsciente através do processo do SoulCollage® e me trazem aqui, neste blog, para falar de individuação, da questão do que estava escrito nas estrelas e a sensação de estar no caminho certo, nesta coisa da qual ninguém escapa, o Processo de  Individuação.

Olha procê ver! Tava escrito nas estrelas ou não tava? Tava sim!!!
Vamos falar desta coisa do caminho certo, de sincronicidades? 
No próximo texto daqui, com a Graça de Deus, se Ele quiser!

Referências Bibliográficas:

JUNG, C. G. 1991. Sincronicidade. Petrópolis, Vozes, O.C. VIII/3.

JUNG, C. G. 1991. A Natureza da Psique. Petrópolis, Vozes, O.C. VIII/2.

JUNG, C.G. 1986. Resposta a Jó. Petrópolis, Vozes, O.C. XI/4.

SoulCollage®. Disponível em: <www.soulcollage.com>

Tetê Espindola/1985 - Meu amor estava escrito nas estrelas tava sim


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Sobre a autora: Andréa Goulart de Carvalho



Bacharel em Desenho e Gravura pela EBA/UFMG;
Arteterapeuta - AMART 107/0112, afiliada a UBAAT.
Facilitadora de SoulCollage®/2015; Artista Plástica;
Atendimento arteterapêutico individual e em grupos no AME – Arteterapia
Ministrante de curso introdutório de SoulCollage® e aulas de desenho no AREA - Ateliê de Artes



Este é o segundo texto escrito por Andrea. Veja o primeiro CLIQUE AQUI


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