Por: Ismael Rodriguez Fraga
O blog não-palavra recebe mais um convidado muito especial, Ismael Rodrigues Fraga, que irá compartilhar conosco um pouco da filosofia do trabalho da Arteterapia Antroposófica Hauschka, dando seguimento ao tema Arteterapia pelo Mundo e suas diversas abordagens.
Ismael Rodrigues Fraga, trabalha com Arterapía Antroposófica desde 2006, tendo realizado diversos projetos no âmbito social em várias prefeituras da Espanha. Atualmente reside no Rio de Janeiro, onde tem realizado palestras e workshops divulgando a Arteterapia Antroposófica Hauschka, pouco conhecida no circuito carioca.
“O trabalho curativo com cada indivíduo é o ponto de partida para que esta pessoa possa estender essa ação benéfica a outros aspectos de sua vida como o social e/ou laboral”, diz Ismael.
O Trabalho com Arteterapía (Antroposófica Hauschka)
Trabalhamos com a parte sã do indivíduo, a partir do método desenvolvido pela doutora Margaret Hauschka, e por isso o terapeuta tem que conhecer quais são os pontos fortes da pessoa com quem vai atuar para, então, orientá-la alimentando essas forças saudáveis, desenvolvendo-as e estimulando a atividade do Eu. Desta maneira, conseguiremos que estendam sua influência a todo o organismo. Apelamos às forças curativas, as quais o usuário irá trabalhando e elaborando, ele irá construindo, conquistando algo novo com tempo e paciência, desenvolvendo a autoconfiança, o autoconhecimento, o que o conduzirá a uma nova concepção de si mesmo.
Como terapeutas
Acompanhamos o paciente durante todo o processo, nunca podemos perder de vista a pessoa, sobretudo nas primeiras sessões, observando onde tal processo deverá ser respaldado e ativado: na maneira de enfrentar as tarefas, no uso dos materiais e até mesmo nas dificuldades que poderão surgir, pois temos consciência do potencial transformador do trabalho artístico, o que muitas vezes leva a situações de crise que se apresentam durante as sessões de arteterapía.
Nosso trabalho procura equilibrar polaridades:
Há pacientes que têm a forma demasiado fixa, outros têm falta de forma e necessita mais estrutura.
Há pacientes que têm excesso de leveza e teremos que conduzi-los à maior densidade, outros, com excesso de frio, levaremos ao calor através da cor, ou ao contrário...
Sempre tentaremos guiar o usuário ao equilíbrio entre frio e calor, pesado e leve, evitando extremos.
É importante que os pacientes desenvolvam seu potencial criativo mediante o trabalho nos seguintes âmbitos: o pensar, o sentir e a vontade, e equilibrá-los e desta maneira fortalecer seu estado anímico.
Não devemos forçar nenhum processo, este não tem sentido se não partir do próprio EU do paciente.
Na terapia Hauschka, os processos são importantes, não o resultado.
Sempre partimos de onde está o paciente. Por exemplo, um depressivo tenderá a empregar cores frias e ambientes escuros, não podemos pretender que faça uma paisagem luminosa e aconchegante, este paciente não se encontra neste estado de ânimo e não entenderia isso. É como se, ao tentar animá-lo, contássemos uma piada, dessa maneira o que conseguiríamos é que ele não se sinta compreendido e nem ouvido em suas angústias.
Temos que entender em que estado emocional o paciente se encontra, nos colocarmos em seu lugar, permitindo que ele deixe sair essa obscuridade e, pouco a pouco, através da utilização da cor, irmos conduzindo-o a ambientes anímicos mais favoráveis, mais cálidos e luminoso.
O processo dependerá de cada paciente, de sua evolução. Devemos respeitar esse tempo, cada um tem seu próprio ritmo que haverá de viver e experimentar por si mesmo. Embora algumas vezes possa parecer óbvio a um profissional trabalhar de uma determinada maneira, aplicando um tal procedimento, isso não é o mais adequado, é necessário que o próprio paciente encontre seu caminho.
O ritmo é um outro aspecto muito importante a ser considerado. Devemos ter horários estáveis, rotinas, nas quais se dará especial atenção à correta respiração, que deve ser ritmada, pausada, e este ritmo vai incidir no modo de trabalhar.
O trabalho na oficina de arteterapia se desenvolve a nível individual, mas também recorremos aos exercícios em grupo quando queremos favorecer determinados aspectos sociais.
A escolha do material é um ponto crucial da terapia artística e dependerá de múltiplos fatores, mas a intuição e a capacidade de empatia do terapeuta é o principal.
Ainda ficam alguns pontos para desenvolver, creio que a partir do exposto anteriormente se pode ter uma idéia do que é a metodologia com que trabalho, como disse Eva Mess ...
“O criar artístico sempre deve permanecer transformável, poder sempre se moldar de novo a cada situação. Dar orientação, mas não forçar. Sempre deve nos fazer avançar, nunca finalizar totalmente. Abrirá, não fechará, perguntará, não responderá. O artístico é uma questão do coração...” (facebook arteterapiabr)
para saber mais visite o site: http://ismaelrodriguez5.wix.com/arteterapiahauschka
para saber mais visite o site: http://ismaelrodriguez5.wix.com/arteterapiahauschka
Parabéns!!!
ResponderExcluirContinue com esse trabalho maravilhoso!
Abraço