segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A CRIANÇA E A ARTETERAPIA


Por Vera de Freitas (RJ)
verafguimaraes@gmail.com

            A arte foi o meio usado pela humanidade para se comunicar, se compreender (e compreender o mundo) e se relacionar, desde sempre.

            A criança, desde muito cedo, “brinca” como forma espontânea de se expressar, de interagir com o meio. O brincar e a arte são formas de expressão possíveis para a criança. É importante facilitar, instrumentalizá-la para que nos diga o que sente, uma vez não possuir capacidade de elaboração possível para uma comunicação verbal tão clara.

            Através da Arteterapia, do processo terapêutico, cria-se possibilidade de novas e livres formas de expressão, e com a arte de cada um, vai se construindo e reconstruindo, com autonomia, a subjetividade. Por meio deste “fazer arte”, “fazer terapêutico”, surgem novas formas de funcionamento, de comportamento, de relacionamento e novas descobertas.

            Esse “fazer terapêutico” expressa a singularidade e identidade da criança. E a descoberta de eventos psíquicos, amplia a possibilidade de estruturação da sua personalidade, ativando seu potencial, alterando sua forma de funcionar e contribuindo para a construção de uma comunicação mais harmônica.

            O processo terapêutico busca o aumento da consciência do sujeito a respeito de si mesmo, dos seus sentimentos, de sua vida, de seus padrões de atuação. Esse autoconhecimento promove segurança, autonomia e consequentemente, mais liberdade.

            Num espaço de liberdade e confiança, o arteterapeuta, tem como objetivo oferecer à criança, atividades agradáveis, adequadas e prazerosas através de linguagens e materiais que possibilitem o acesso às suas emoções, facilitando os canais expressivos, para com isso, compreendê-los.

            Regras, esclarecimentos e orientação fazem parte desse “fazer terapêutico”. Sendo importante o respeito aos limites de segurança e de sociabilidade.


            Trabalhando com grupos de crianças há cerca de 20 anos, percebo que uma das formas mais eficientes de promover a saúde emocional delas, é realmente o “fazer arte”, o criar, o estímulo do seu potencial criativo. Importante oferecer instrumentos, possibilidades, para que consigam expressar seus sentimentos e emoções. Assim, se comunicam, se veem.

            Criando um espaço acolhedor e agradável para o “fazer arte”, a criança é capaz de se expressar espontânea e livremente, criando também um espaço interno de cuidar-se, de ver-se, de criar-se e recriar-se. Contribuindo assim para seu equilíbrio e harmonia, tanto do ponto de vista individual como no coletivo.

            Aprendi  com elas que facilitando sua livre expressão, ela será capaz de criar, de se fortalecer e de se expressar de forma mais saudável.



Caso você tenha se identificado com a proposta do “Não palavra abre as portas” e se sinta motivado a aceitar o nosso convite, escreva para naopalavra@gmail.com
Assim poderemos iniciar nosso contato para maiores esclarecimentos quanto à proposta, ao formato do texto e quem sabe para um amadurecimento da sua ideia.
A Equipe Não Palavra te aguarda! ______________________________________________________________________
Sobre a autora: Vera de Freitas


Advogada, Arteterapeuta (POMAR)
Cursando Pós Graduação em Arteterapia (POMAR)
Administradora do Instituto VENHA CONOSCO - Tijuca, RJ
Professora de Iniciação Artística - Instituto ZECA PAGODINHO
Facilitadora de Grupo de Arteterapia  para adultos, atendimento individual e Grupo de Desenho Livre.
Ateliê  de PAPEL MACHÊ


Nenhum comentário:

Postar um comentário