domingo, 13 de setembro de 2015

ARTE: UMA ALIADA PARA NOSSO CÉREBRO


Dando continuidade ao nosso desejo de pensar a Arteterapia em seus possíveis embasamentos teóricos, o Blog "Não Palavra" recebe hoje uma pessoa muito especial: Juliana Ohy. Psicóloga e Arteterapeuta, especialista em Psicopedagogia e Psicogeriatria no Rio de Janeiro, hoje nos conta sobre suas paixões e motivações no trabalho com idosos, articulando Neurociência e Arteterapia.

Bem vinda Ju! 



Por: Juliana Ohy


            Muitas vezes quando falamos em cognição, neurônios, conexões nervosas, nos fechamos ao mundo da medicina e da ciência.  E a pergunta que me instigou por muito tempo foi: Será que a arte pode influenciar em uma esfera tão complexa quanto nossa máquina mental: O cérebro?

            Foram questionamentos como esse que fizeram aprofundar meus conhecimentos e unir duas paixões que me cercam: A neurociência e a Arteterapia.

            Isso porque, atualmente, vivemos duas realidades: A primeira é que a população está envelhecendo muito mais do que as gerações passadas e isso faz com que o cérebro viva muito mais anos, acarretando em doenças neurodegenerativas, fruto desse envelhecimento. A segunda, é que as pessoas estão cada vez menos afetuosas, mais distanciadas fisicamente umas das outras e até de si mesmas.

            Para que um ser humano tenha qualidade de vida, acredito que ele necessite de um equilíbrio nos planos social, psíquico, físico, emocional e cognitivo. Pensando nisso, despertei a tentativa em juntar a estimulação, a reabilitação cognitiva e a arte para que juntas pudessem trazer um resultado favorável e completo a minha prática clínica: idosos com demência.

            Uma pintura, por exemplo, desperta sentimentos fluidos e nos remete a emoções muitas vezes esquecidas. Mas além disso, esta é uma excelente ferramenta para estimular a atenção, a percepção, a organização espacial, a coordenação motora dentre outras funções que nosso cérebro, como um experiente maestro, controla no nosso dia-a-dia.

            Desde então, percebo que técnicas expressivas podem auxiliar não somente as questões emocionais, como a Arteterapia bem nos mostra, mas também a desenvolver habilidades cognitivas necessárias para que aquele cérebro já envelhecido retome suas conexões nervosas e volte a funcionar de forma menos passiva.

            A neuroplasticidade nos mostra que o cérebro é capaz de refazer conexões antigas e novas áreas serem estimuladas a partir de exercícios cognitivos. Então, por que não usar a arte como forma de estimulação e também um novo acesso ao afeto perdido?

            Quando entendemos que a arte pode ser um instrumento fabuloso para nosso cérebro, damos novo sentido a vida, às memórias, ao que falamos, ao que enxergamos, ao que ouvimos e ao que sentimos.

            É exatamente nisso que acredito e venho desenvolvendo diariamente técnicas expressivas para que possamos cuidar com mais qualidade dos idosos.




            Para saber mais, acesse o site: julianaohy.com.br ou participe do curso que criei a fim de compartilhar esse conhecimento.


Nenhum comentário:

Postar um comentário