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A terapia Cognitivo-Comportamental – TCC -
enfatiza a ideia de que o modo como pensamos afeta nossas emoções e comportamentos.
Pensamento, emoção e comportamento estão diretamente ligados, quando um não
“funciona” bem, os outros também ficam disfuncionais. Nossas interpretações –
pensamentos - sobre as situações têm forte influência na forma como percebemos
a nós mesmos, o outro e nosso futuro.
Porém, em muitos casos, é difícil identificar o
que estamos pensando ou sentindo. As palavras podem nos faltar, ou não
parecerem suficientes para descrever o que nos incomoda, o que nos gera
angústia. A Arteterapia nos ajuda a trazer à tona esses pensamentos e
sentimentos, de forma lúdica e natural, os conteúdos que não estão conscientes.
Nesta metodologia, o paciente pode experimentar-se, facilitando o
desenvolvimento e as transformações internas.
Neste caso, trabalhamos a reestruturação do
nosso comportamento, e assim, teremos como consequência a flexibilização dos
pensamentos e emoções mais agradáveis. A ideia não é mudar o pensamento e
deixar de sentir emoções desagradáveis, mas pensarmos em possibilidades
funcionais, não excluindo a realidade, mesmo que esta seja desconfortável.
Os sabotadores são nossas reações
disfuncionais, que foram desenvolvidos na infância. Porém, nesta fase da vida,
nosso cérebro ainda se encontra em sua estrutura mais primitiva e os sabotadores
eram necessários para nossa sobrevivência emocional. Ao nos desenvolvermos,
eles vão deixando de ser necessários, mas com o “uso” durante muito tempo, eles
passam a ser hábitos automáticos no nosso funcionamento e percepção do mundo.
Quando eles não são atendidos, é acionado o Crítico Patológico, uma vozinha que
fica em nossos pensamentos nos lembrando sempre de coisas desagradáveis e
disfuncionais. Esses comportamentos estão quase ou totalmente fora do domínio
da Consciência. Para combater o Crítico, precisamos acionar o Sábio, que tem
uma estrutura mais criativa e percebe nas situações possibilidades diferentes
de resoluções, enquanto o Crítico tem visão focal somente para o negativo.
Todos nós possuímos o Crítico Patológico, que vem reforçado por, pelo menos, um
ou dois sabotadores (existem 9).
Em meu trabalho clínico, o trabalho com
Mandalas tem-se mostrado eficaz no desenvolvimento do Sábio, através das
escolhas das formas, das cores, na produção e desenvolvimento de suas próprias
Mandalas. Além de trabalharmos esse comportamento, o trabalho com Mandalas
trazem à tona, isto é, a Consciência, pensamentos e situações que estão
“esquecidas” pelo paciente e que geram sofrimento.
Caso Clínico
Paciente J, 32 anos, casada, trabalha na área
de saúde, chegou ao meu consultório em março/18, com queixa de desorganização
de suas tarefas diárias e com questões de emagrecimento e falta de continuidade
em dietas e tempo para praticar atividades físicas. Não parecia sentir-se
confortável para o diálogo, e seu discurso não parecia condizer com a queixa
inicial, porém a mesma não faltava a nenhuma sessão. Após aplicar o teste dos
sabotadores, o resultado passou a fazer sentido para a paciente e como,
estávamos trabalhando comportamento, começamos com o uso dos Mandalas. Seus
sabotadores foram: Insistente, Prestativo, Hipervigilante e Controlador.
Lembrando que os sabotadores são rígidos e com visão focal.
Iniciei o processo entregando possibilidades de
Mandalas para uma ser escolhida. Nesta etapa já trabalhamos a ampliação da
visão, a escolha da melhor possibilidade, o olhar para o interno, a descrição
de si através das cores, os sentimentos, o fazer criativo. Neste primeiro
momento foi possível perceber a diferença dentro do setting do comportamento da
paciente, que pareceu mais confortável no ambiente e mais comunicativa.
Posteriormente, o Mandala é feito no papel
vegetal, acrescentando ou eliminando elementos do Mandala inicial e a
realização de sua própria Mandala.
Nas etapas seguintes são acrescentados Mandalas
à serem coloridas com lápis de cor aquarelável, que foram trabalhados
sentimentos como: frustração e perfeccionismo (muito forte) e ansiedade.
Em muitas sessões, a paciente expressava que
não tinha nada a ser falado, ao fazer as atividades, aconteciam insights e a
mesma falava sobre acontecimentos agradáveis e, principalmente, desagradáveis,
sendo possível realizar a reestruturação cognitiva dos mesmos.
As próximas etapas poderão ser realizadas com
pintura e colagem, porém a sequência é flexível, acontecendo de acordo com a
demanda apresentada.
Caso você tenha se identificado com a proposta do “Não palavra abre as portas” e se sinta motivado a aceitar o nosso convite, escreva para naopalavra@gmail.com
Assim poderemos iniciar nosso contato para maiores esclarecimentos quanto à proposta, ao formato do texto e quem sabe para um amadurecimento da sua ideia.
A Equipe Não Palavra te aguarda!
Assim poderemos iniciar nosso contato para maiores esclarecimentos quanto à proposta, ao formato do texto e quem sabe para um amadurecimento da sua ideia.
A Equipe Não Palavra te aguarda!
Bibliografia:
ROSNER, S.; HERMES, P. O ciclo da
autossabotagem: por que repetimos atitudes que destroem nossos relacionamentos
e nos fazem sofrer. 16ª ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2018.
Workshop “O uso das mandalas na prática da
arteterapia” – Eliana Moraes
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Sobre a autora: Juliana Mello
Juliana
Mello
Psicóloga, Arteterapeuta e Coach
Atendimento clínico individual e grupo om criança, adolescente, adulto e idoso.
Abordagem em Terapia Cognitivo- Comportamental e Arteterapia
Palestras e Workshop motivacionais.
Excelente texto! Esclareceu muito sobre o tema. O método parece resultar na melhora geral do paciente. Parabéns.
ResponderExcluirTexto esclarecedor, de simples compreensão. E a terapeuta... sem palavras. Sou muito grata a ela.
ResponderExcluirAdorei o texto e todo o conteúdo apresentado. Academicamente não conheço a base do TCC e sou da área de exatas, mas a forma com que tudo foi exposto me fez viajar e curtir o tema.
ResponderExcluirFiquei impressionado com o potencial do trabalho com as mandalas.
PARABÉNS Juliana!!! !!!
Há verdades que a gente intui, mas não expressa com clareza em raciocínio e palavras. Muito esclarecedor seu texto, Juliana: esse crítico patológico!... No momento atual em que vivemos é muito instigante reparar em pessoas que estão sendo absolutamente tragadas pela falta de esperança. E outras, entre as quais me incluo, que mantém viva a chama da Alegria de viver (com o apoio fundamental da minha terapeuta Eliana Moraes), apesar dos tempos sombrios. Afinal, a luz só atravessa pelas brechas, amenizando a escuridão. Crítica e Sabedoria, duas grandes questões. Essenciais. Obrigada pela contribuição. Continuemos Corajosos!
ResponderExcluirExcelente texto! Li com gosto! É visível e explicitamente notório esse comportamento em algumas pessoas, mas o embasamento através do texto realmente dá um outro significado na parte da percepção do próprio indivíduo. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirExcelente texto!!! Esclarecedor e de fácil compreensão, nos permitindo ler com vontade. Não se podia esperar nada diferente desta excelente profissional. A Juliana vem me ajudando MUITO nas terapias. Parabéns!!!
ResponderExcluirMuito esclarecedo, parabéns!
ResponderExcluirVocê tem me ajudado demais. Sou grata a você. 👏👏👏
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