Por Sheila Leite - RJ
“Todo individuo é acompanhando por uma sombra e quanto menos ela estiver incorporada à sua vida consciente, tanto mais escura e espessa ela se tornará.” (Dicionário Junguiano, 2002)
Todos temos questões pendentes, conteúdos escondidos, esquecidos, afetos ignorados ou mesmo desconhecidos dentro de nós. Temos também potencialidades adormecidas, sentimentos contidos e negligenciados. Todos esses conteúdos podem ser destrutivos ou construtivos, dependendo da maneira que vamos lidar com eles.
Estamos falando da sombra. Ela se encontra em seu esconderijo, em algum lugar do inconsciente. Sua natureza é se manter fora da consciência e age de forma impulsiva, às espreitas, aos pares, por exemplo, com uma piada de mau gosto ou um comportamento repetitivo.
É um dos arquétipos ligado aos padrões psicológicos. Assim como a persona, é um arquétipo da personalidade e se inicia no ser humano a partir do momento em que ele começa a lidar com o mundo, que precisa usar uma persona para se adequar ao ambiente. É o lado da personalidade que incomoda, porque traz conteúdos que não são tão agradáveis e que acabam sendo empurrados, deixados de lado e escondidos. São tendências não aceitas pelas pessoas que nos rodeiam e por isso não são bem-vindas. Com a intenção de sempre sermos reconhecidos e valorizados, deixamos de lado o que nos caracteriza realmente, abrindo mão também de potencialidades e possibilidades que são relegadas ao inconsciente.
“A sombra, um complexo funcional complementar, é uma espécie de contra pessoa. Ela pode ser pensada como uma subpersonalidade que quer o que a persona não permitirá.” (STEIN, 2006).
Não é uma tarefa fácil quando o indivíduo se propõe ir ao encontro dos seus conteúdos pertencentes ao campo da sombra, no inconsciente. A fuga desses conteúdos pode levar o sujeito a consequências mais funestas, principalmente quando se recusa a entrar em contato com tais questões represadas internamente.
No instante em que percebe a
necessidade da mudança de comportamento, existe todo um movimento voltado para
dentro de si, um olhar para o interior para admitir, de forma verdadeira, a
natureza das emoções e dos sentimentos. Admitir que também faz parte de si, a
raiva, a mágoa, o ressentimento e muitos outros sentimentos inferiores e
destrutivos, que fazem parte da
sombra.
Já a visão focada numa imagem de espiral
convida a uma viagem interna para que tudo seja elaborado e refletido.
Referências:
PIERI, Paolo Francesco. Dicionário Junguiano. São Paulo: Editora Paulus, 2002.
Stein, Murray. Jung: o Mapa da Alma.5. Ed – São
Paulo: Editora Cultrix 2006
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Sobre a autora: Sheila Leite
Psicóloga e Arteterapeuta em formação
Obrigada pelo texto e pela partilha de sua expressão. 💫💫💫
ResponderExcluirObrigada pelo texto e pela partilha de sua expressão. 💫💫💫
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