Em meio a um estudo de Alquimia e Psicologia Junguiana, entrei em contato com um artista uruguaio, Gervásio Troche, que me despertou o interesse e fui conhecer um pouco mais sobre sua obra. É um artista da nossa atualidade, o que nos torna mais próximos da sua obra.
Troche nasceu em Buenos Aires
em 1976 durante o exílio de seus pais uruguaios, na Argentina. Passou sua
infância na França e no México até que, em 1985
mudou-se definitivamente para o Uruguai, onde se nacionalizou. No ano de
2000, publicou o livro de histórias em quadrinhos “Mangrulhos”.
Em 2013 lançou o livro
“Dibujos Invisible”, com o título em português, Desenhos Invisíveis. Conheci
alguns trechos desse livro pela internet e ele me encantou tanto que comprei
esse e mais um , que traz a mesma característica do anterior que é a ausência
de palavras.
A característica principal em
suas ilustrações gráficas é dessa forma
a ausência da palavra escrita. São
personagens, objetos e cenas, de um universo todo seu, que cativa nossa
atenção, mexendo com nosso interior, acendendo nossa imaginação com seu
senso de humor peculiar,
através de desenhos que trazem em
suas imagens, mensagens para
reflexões que nos convida a uma
auto-reflexão.
Como futura arteterapeuta, começo a visualizar a arte no nosso
dia a dia que se manifesta metaforicamente, delineada com as nossas emoções
cotidianas; com nossos sentimentos
presentes ou adormecidos em alguma esfera psíquica. Gervásio Troche, de alguma
forma, despertou alguma coisa adormecida, algum aspecto do arquétipo da criança
que quer se manifestar porque sabe que existe ali muito material na busca da
criatividade.
Um desenho em especial de
Gervásio Troche, figura que ilustra este texto, me
chamou atenção e me remeteu à
clínica, relembrando um caso de uma paciente no trabalho de
autoconhecimento. A fala dela sobre um sonho em que se via diante de uma escada
e sua hesitação em seguir adiante,devido ao receio de penetrar em algo que não conseguia visualizar, ou
começar a explorar um espaço sem saber onde iria dar ou o que iria encontrar.
Esse desenho não foi o único mas o primeiro que veio falar das várias
possibilidades de trabalho, no setting terapêutico, com as inúmeras
figuras dos livros de Troche, e os
símbolos que elas trazem como imagens do inconsciente de nossos pacientes, ou
clientes.
“Uma busca dentro do seu próprio EU”, foi esse o
título da escrita criativa feita pela paciente e iniciava exatamente com uma
descrição, que se aproximava muito da imagem apresentada. Esta imagem, assim como outras encontradas
no livro, trazem símbolos que podem ser explorados com pacientes que muitas
vezes não conseguem se expressar ou não encontram palavras que possam descrever seus verdadeiros sentimentos. A riqueza de
símbolos trazidos por Gervásio em seus livros, nos traz muitas possibilidades
de trabalhos no universo da não palavra.
Neste texto, trago a proposta
de um olhar especial para esse autor que nos leva a refletir como senex, mas com a leveza do puer.
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Sobre a autora: Sheila Leite
Sheila,
ResponderExcluirnão conhecia este artista. Fiquei tão curiosa que fui atrás de suas obras acessando o Google. Incríveis! Vão entrar para o meu repertório arteterapêutico.
Parabéns pelo texto!! Você está no caminho certo!
Abraços, Claudia Abe