Por: Eliana Moraes e Flávia Hargreaves
No último dia 10 de janeiro,
estivemos apresentando em palestra aberta nossa proposta de trabalho do Grupo Terapêutico em Arteterapia: Uma
jornada através da História da Arte. O unir Arteterapia e História da Arte
vem habitando nosso desejo desde 2009 em grupos de estudos. No último ano
viemos aplicando estes estudos, em atendimentos e cursos, até que decidimos
propor um grupo em que todo o processo terapêutico tomasse por base artistas e
movimentos artísticos.
Por que História da Arte?
Quando
falamos em História da Arte estamos nos referindo também à História da
Humanidade através de sua produção de imagens, artefatos, arquitetura, etc.
Partindo deste princípio poderíamos falar de uma História Visual do Homem.
No
processo terapêutico, nosso olhar sobre esta história escrita com imagens terá
que ir além da contemplação do belo e de nossas primeiras impressões. A
arteterapia nos convida a trilhar outros caminhos diante da Arte: o contato com
as motivações para a criação deste imenso material visual.
Em que circunstâncias foi concebida?
Com que finalidade? Respondendo a que necessidades
individuais/coletivas/sociais? Como estas imagens – não importa se produzidas há milhares de anos ou
hoje – nos afetam? Que memórias
despertam? Como nos identificamos com elas ou as rejeitamos? O que, ao estar
diante destas obras mobiliza em nosso íntimo?
A
partir daí estabelecemos um diálogo criativo com
as obras/movimentos/artistas, atualizando estas questões para o nosso tempo em
seu aspecto coletivo e/ou individual.
O
quanto carregamos dentro de nós do homem pré-histórico e sua arte mágica; do
homem da antiguidade clássica e seus padrões de perfeição, equilíbrio e beleza;
do homem medieval e sua concepção do Sagrado, por exemplo.
Assim,
poderemos entrar em contato com os diversos estilos de representação da
realidade, das emoções e buscar o estilo individual, entendendo que um estilo
está vinculado a uma determinada visão de mundo, de valores pessoais e
coletivos. Da mesma forma, perceber as mudanças de estilo, afinal ao mudarem os
valores, mudam os estilos ao longo da nossa vida.
Ao final da exposição convidamos o grupo para uma vivência inspirada na obra de Yayoi
Kusama, artista japonesa, contemporânea, viva, que atualmente está em exposição
no CCBB RJ – “Obsessão Infinita”.
Refletimos: “O
que me aprisiona em minha vida, em minha mente? O que se repete, se repete e me
impede de caminhar? Em que estou fixado e não consigo seguir em frente? Um
pensamento, uma crença, um sentimento, um comportamento, uma experiência, um
relacionamento...?”
Utilizando adesivos em bolinhas, os participantes
foram convidados a criar uma imagem a partir de suas reflexões e percepções. A
figura deste texto é o resultado, desta interessante vivência.
Obrigada a todos que participaram e
autorizaram esta publicação. E seguimos convidando àqueles que sentirem o
desejo de fazer este intenso mergulho introspectivo e criativo!
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