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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Arteterapia: Antiguidade Clássica e Classicismo para quê?

O que os antigos egípcios, gregos e romanos tem a nos ensinar para lidarmos melhor com as nossas questões e dilemas contemporâneos?

 Por Eliana Moraes e Flávia Hargreaves

Trabalho realizado durante o curso inspirado na Grécia.

O Egito nos leva a uma reflexão sobre nossa biografia no embate com a morte e a promessa de eternidade. A Grécia nos desperta para o pensamento, para a beleza livre de excessos. Roma nos obriga a voltar o nosso olhar para a realidade concreta e objetiva. O olhar através da eternidade, das regras, da filosofia, da estética, da utilidade e da eficiência nos faz perceber o quanto necessitamos desenvolver cada um destes aspectos para trilhar nosso caminho com sucesso, mantendo equilibrados nossos desejos e nossas necessidades.

O curso sugere um passeio no tempo, em que vamos até os tempos do Antigo Egito, da Grécia e Roma Antiga, e de lá e trazemos o que nos interessa para os dias de hoje, para as nossas vidas, para o nosso papel como terapeutas. Percebemos, ao longo desta jornada, o quanto trazemos em nós destes homens que experimentaram, sentiram, pensaram e criaram nos tempos antigos as bases da nossa cultura, da nossa sociedade e do nosso imaginário.

Formato do curso

O curso é oferecido em módulos independentes, permitindo ao aluno cursar os temas que lhe interessam livremente.

A estrutura de cada aula é montada em três momentos bem definidos:

No primeiro há uma aula expositiva de história da arte, com apresentação de imagens e textos teóricos sobre o período estudado, sua contextualização histórica, a função da arte e as motivações e expressões possíveis para aquele “homem” com o qual entraremos em contato.

Num segundo momento há a vivência de uma ou mais técnicas de arteterapia inspiradas neste contexto, partindo do princípio de que é muito importante que o arteterapeuta experimente em si aquilo que irá propor ao seu cliente e também que explore os materiais para que tenha o manejo sobre ele.

No terceiro momento, trocamos de lugar para a perspectiva do profissional arteterapeuta. São discutidas questões sobre a aplicabilidade das técnicas vivenciadas, com que perfil de clientes, em que contexto, com que possíveis adaptações. Em alguns momentos, fazemos estas reflexões à luz de casos clínicos que enriquecem as discussões.

E por fim, refletimos também sobre questões que estes contextos históricos nos inspiram, para a formação do profissional de arteterapia que tem o desejo de se estabelecer como tal.

Recebemos como feedback que este curso tem trazido grandes frutos para quem o vivencia. E podemos dizer que também tem sido muito intenso, apaixonante e recompensador para nós compô-lo e dividi-lo com aqueles que embarcam nesta jornada.
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 CURSO
Arteterapia: História da Arte para quê?
Professoras: Eliana Moraes e Flávia Hargreaves

PRÓXIMAS TURMAS:
Modulo 1: Pré-História e Primitivismo
Barra: Domingo. Mensal. Das 10h às 17:30h. 4 aulas.
Botafogo: Quinta. Semanal. Das 10h às 12h. 8 aulas

Módulo 2: Antiguidade Clássica e Classicismo
Botafogo: Terça. Semanal. Das 18h às 21h. 8 aulas.

Informe-se sobre as novas turmas através do email: elianapsiarte@gmail.com

terça-feira, 29 de julho de 2014

EVENTO AARJ SOBRE SURREALISMO - Um relato




“O surrealismo consiste no cultivo e na prática de comunicar o inconsciente utilizando-se da escrita, da pintura, da escultura e de outros meios.”
(Edward W. Titus. Editor da revista The Quarter. Inglaterra.1932).

            No último domingo Flávia Hargreaves e eu estivemos no evento da AARJ sobre  Surrealismo, inspirado na exposição de Salvador Dali no CCBB-RJ. Lá pudemos apresentar um pouco mais o resultado sobre nossa pesquisa sobre o Surrealismo e a Arteterapia.
            Flávia apresentou a palestra “Acaso e inconsciente: identificando o dada e surrealismo na arteterapia”, onde apresentou a importância dos movimentos artísticos Dadaísmo e Surrealismo para nossa prática, e a convergência dos pensamentos destes artistas e teóricos e os princípios básicos da Arteterapia, propondo uma reflexão sobre o processo criativo que tem por princípio estabelecer uma ponte com o inconsciente.
            Em seguida, apresentei a palestra “Dada e Surrealismo na prática da Arteterapia – casos clínicos” onde coloquei fragmentos de minha prática de aplicação das técnicas destes movimentos em dois grupos arteterapêuticos de 3ª idade e um atendimento individual. Pudemos perceber que estas técnicas são pertinentes a serem trabalhadas com pacientes de perfil racional e controlador. Com questões como pensamento enrijecido e cristalizado, necessidade de manter a ordem e a estabilidade. Que trazem marcas de um tradicionalismo, educação rígida, regras e uma visão polarizada (bem/mal; certo/errado).
            Nos casos de grupo, três das técnicas exploradas pelos artistas foram expostas. O poema dada (já mencionado e relatado neste blog) e duas formas de desenho automático: com nanquim e areia. No caso individual, além destas, técnicas de pintura espontânea e escrita automática. A prática destas técnicas no setting terapêutico possibilita o aparecimento do que chamamos de “símbolo espontâneo”, um símbolo que emerge do ato criativo sem que se passe pela escolha ou racionalização do paciente (“vou desenhar uma borboleta pois esta simboliza transformação.”). Mas um símbolo, que justamente por ter sido acessado de forma espontânea, conteúdos inconscientes transbordam para a imagem de forma muito potente e justamente por isto, muitas vezes objeto de resistência por parte do paciente.
            Concluímos então que as experimentações e técnicas feitas pelos dadaístas e surrealistas são amplamente aplicáveis no setting terapêutico propondo flexibilidade, maleabilidade, o não controle, o acaso, características tão pertinentes à vida. Encerramos com um poema dada produzido por uma paciente que compreendemos resumir a essência do que é a vivência surrealista: “Voo livre: o invisível revolucionando o papel da experiência...”

             Finalizando o evento, Claudia Brasil, apresentou a palestra O Surrealismo e o arquétipo do inválido na prática da arteterapia”, onde apresentou o surrealismo como uma expressão criativa do inconsciente, trazendo também o conceito do arquétipo do inválido que nos fala de aspectos pouco desenvolvidos em cada um de nós, entendendo a invalidez como parte integrante da natureza humana. Abordou também a importância da expressão espontânea compartilhando conosco um pouco da sua experiência com a Dra. Nise da Silveira.

terça-feira, 15 de julho de 2014

EVENTOS, GRUPOS DE ESTUDO E CURSOS PARA O 2o SEMESTRE



AGENDA PARA AGOSTO | SETEMBRO | OUTUBRO

EVENTO

SURREALISMO
Organização e promoção: AARJ - Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro
Dia 27 de julho - domingo
Oficinas com Maria Cristina Resende e Bruno Elias
Palestras com Claudia Brasil, Eliana Moraes e Flávia Hargreaves
Local: Casa2. Botafogo. Rio de Janeiro
VAGAS LIMITADAS
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES VIA E-MAIL : aarjeventos@gmail.com

CURSOS E GRUPO DE ESTUDOS EM ARTETERAPIA

GRUPO DE ESTUDOS: Pratica da Arteterapia
Coordenadora: Eliana Moraes
Segunda - Encontros quinzenais - das 10:30h às 12h
Local: Copacabana – Rio de janeiro
INSCRIÇÕES VIA E-MAIL : elianapsiarte@gmail.com

CURSO: ARTETERAPIA – HISTÓRIA DA ARTE PARA QUÊ?
Curso vivencial de História da Arte e sua aplicabilidade no setting terapêutico.
Com Eliana Moraes e Flávia Hargreaves

MODULO II : ANTIGUIDADE CLÁSSICA E CLASSICISMO
AGOSTO/SETEMBRO
Início: 1 de AGOSTO
Todas as Sextas das 14h às 17h
Carga Horária: 24 horas (8 aulas)

MODULO III : IDADE DA FÉ – MONSTROS, ANJOS E PECADORES
SETEMBRO/OUTUBRO
Início: 11 de SETEMBRO
Todas as Quintas das 9h  às 12h
Carga Horária: 24 horas (8 aulas)

Local: Casa2 – Botafogo – Rio de janeiro
INSCRIÇÕES VIA E-MAIL : elianapsiarte@gmail.com

CURSO: ARTETERAPIA: DADA E SURREALISMO
professora: Flávia Hargreaves
Local: Botafogo
Início:  6 AGOSTO
Todas as Quartas das 10h as 12h
Carga horária: 8 horas (4 aulas)
Local: Casa2 – Botafogo – Rio de janeiro
INSCRIÇÕES VIA E-MAIL : fmhartes@gmail.com

CURSO: CONHECENDO OS MATERIAIS E APRENDENDO A USÁ-LOS
ATELIÊ DE ARTES PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DE PSICOLOGIA E ARTETERAPIA.
professora: Flávia Hargreaves
MÓDULO I : Desenho e pintura 
Início: 5 de AGOSTO
Todas as Terças das 18h às 20:30h
Carga horária: 15 horas (6 aulas)
Local: Casa2 – Botafogo – Rio de janeiro
INSCRIÇÕES VIA E-MAIL : fmhartes@gmail.com

ATENDIMENTOS

Atendimento individual em psicoterapia e arteterapia
Eliana Moraes - Psicóloga (CRP 05/36580) e Arteterapeuta (AARJ 579)
Local: Copacabana

Atendimento individual em arteterapia
Flávia Hargreaves - Arteterapeuta (AARJ 402) e Professora de Artes Visuais
Local: Casa 2 - Botafogo

segunda-feira, 7 de julho de 2014

ARTETERAPIA: PRELÚDIO DE VIDA – Um relato

            
         O texto de hoje é um relato escrito por uma paciente de grupo terapêutico em arteterapia para 3ª idade (com sua autorização de publicação). Estas palavras dão sentido ao nosso trabalho e nos motivam a continuar produzindo, teorizando e tentando contribuir para que este saber e técnica se estabeleça e tenha seu lugar.


“O dia 02 de fevereiro registrou na minha vida uma grande perda.
Ali, encerrou-se a página de uma trajetória de emoções, esperanças, alegrias, renúncias, expectativas, encontros e desencontros.
Abalada com a perda e a falta da magia de alguém que amava, procurei a todo custo apoiar-me em Deus. Mas, não era fácil controlar a tristeza. Algumas pessoas do meu pequeno círculo de amizade, diziam-me: ‘dá tempo, tudo vai passar...’ Mas enquanto não passava, a dor maltratava, mais e mais.
Foi então que, na busca constante por algo que me preenchesse o vazio da alma, encontrei a Arteterapia – prelúdio de vida, cujos ensaios semanais de improvisação de pensamento, busquei, através de instrumentos não musicais, tais como lápis de cor, pincéis, telas, colas, cortes e recortes, música, etc... a transformação das ideias e emoções contidas – uma nova forma de viver.
Esta metamorfose, por mais volátil que pareça, contribuiu para renovar o físico, o intelectual, o emocional e o espiritual – efeito positivo dessa catarse natural.
Este processo de transformação não se esgota aqui, ele é contínuo e efetivo, exige de cada um de nós paciência, determinação e humildade para alcançar autoconhecimento.
Foi aqui que encontrei a fórmula para a superação. Foi aqui, que com a força do grupo, descobri o gosto pela pintura, inspiração para as ideias, um tempo para escrever e falar do abstrato. Foi aqui, que conquistei maior conhecimento de mim mesma. Foi aqui, que exercitei a resignação, a paciência, a compreensão, a humildade, a identificação com o simples e o natural, maior convivência com Deus.
É aqui que, em cada encontro, assimilo a explicação para o verdadeiro sentido da vida, mesmo quando o vento sopra contra, e que o sofrimento abre caminho para a evolução espiritual.”